Metodologia de ensino: veja quais são as mais utilizadas no Brasil

Uma metodologia de ensino possui fundamentos e objetivos próprios, pensando nisso, listamos e explicamos como funcionam as 6 mais utilizadas no país


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Nos últimos 100 anos, a educação foi universalizada em diversos países do mundo, ou seja, o que antes era restrito a um pequeno número de pessoas passou a ser uma realidade para grande parte da população. No Brasil, não foi diferente. Só que o surgimento de muitas escolas resultou em vários tipos de metodologia de ensino, cada uma com propostas distintas para o mesmo objetivo: ensinar. 

 

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Em meio a tantas opções, como escolher? Para te ajudar, o Melhor Escola fez um texto explicando, resumidamente, como funcionam, os mais comuns métodos de ensino no Brasil, qual a importância deles e muito mais. Confira:

Qual é a importância das metodologias de ensino?

Os métodos de ensino foram criados para auxiliar e facilitar no aprendizado dos alunos. Dessa forma, eles são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. 

 

Sendo assim, é por meio das metodologias de ensino, os alunos aprendem a solucionar problemas, debater e pesquisar. Por isso, os responsáveis precisam estar atentos na escolha de qual metodologia é a ideal para o seu filho. 

 

Uma vez que uma instituição de ensino escolhe um método de ensino, isso significa que ela abrange os valores e ideais do mesmo. Assim, saber quais ferramentas de aprendizado que tais metodologias utilizam para o ensino é fundamental para tomar a decisão. 

Quais principais tipos de metodologia de ensino utilizada no Brasil?

O Brasil possui diversas metodologias de ensino. No presente artigo selecionamos as 6 mais comuns no país. Confira:

1) Metodologia Tradicional

A metodologia tradicional, como o próprio nome sugere, é uma das mais convencionais metodologias de ensino. Ela integra a prática educacional formal e o seu foco é a preparação tanto intelectual como moral dos alunos para que eles possam assumir uma posição na sociedade.

 

Em relação ao ensino, ele é feito por meio da exposição verbal e pela demonstração realizada pelo professor. Nessa concepção, o professor é tido como a pessoa que detém o conhecimento que será transferido para o aluno através da exposição e análise das matérias.

 

Por isso, a metodologia tradicional tem ênfase na resolução de exercícios, na repetição de conceitos e fórmulas, e na memorização do conteúdo, disciplinando a mente e criando hábitos. Nessa metodologia, é comum a separação por séries.

 

Na sala de aula, o número de alunos varia de acordo com a escola, além disso, o conteúdo é aplicado de forma igualitária para os estudantes, já que no tradicionalismo acredita-se que cabe ao aluno absorver todo o conhecimento apresentado, dependendo o seu aprendizado do próprio esforço.

2) Metodologia Construtivista

A metodologia construtivista foi desenvolvida pelo psicólogo Jean Piaget (1896–1980) e apresenta uma nova postura em relação à aquisição do conhecimento. O construtivismo questiona o conceito e a estrutura do conhecimento e aprendizado, tendo como ideia central que o conhecimento não é adquirido, mas construído. 

 

A teoria possui base filosófica e científica. Em relação a Filosofia, há dois conceitos bases: racionalismo e empirismo. De acordo com o racionalismo, o sujeito concentra o conhecimento no próprio interior; segundo o empirismo, o conhecimento se dá a partir dos sentidos e dos objetos, isto é, da relação entre o indivíduo e o mundo. 

 

Já a sua base científica está no construtivismo, que busca entender como o conhecimento é construído. Por isso, a metodologia Construtivista percebe o aluno como detentor do próprio conhecimento que será construído a partir das relações que ele estabelece com o mundo

O construtivismo chegou ao Brasil por volta da década de 1980 e, diferente do tradicionalismo, ela defende a organização da escola em ciclos, em invés de séries.

 

Além disso, uma sala de aula construtivista conta com poucos alunos. Desse modo, o professor consegue acompanhar a evolução do aprendizado e fazer intervenções quando for necessário.

 

Nesse contexto, o papel do professor é propor e incentivar o desenvolvimento das atividades e não impô-las. Assim, os alunos participam de discussões e expõem opiniões e dúvidas sobre os temas retratados. 

3) Metodologia Montessori

A metodologia Montessori foi criada pela médica italiana Maria Montessori (1870–1952) e uma das suas principais características é o respeito e a compreensão sobre a individualidade da criança. 

 

Assim, um ambiente montessoriano é fácil de ser reconhecido: é bem organizado e os objetos ficam todos ao alcance das crianças. Isso funciona para que seja trabalhada a autonomia, a ordem e o espaço. 

 

O método montessoriano possui 6 pilares: 

  1. Autoeducação: o aluno deve aprender sozinho, sem grande interferência de adultos. 

  2. Educação cósmica: tudo está interligado. Áreas separadas se tornam abstratas, por isso, todo o conteúdo possui um vínculo. 

  3. Educação como ciência: há uma análise e uma compreensão sobre o comportamento das crianças. 

  4. Ambiente preparado: o ambiente é propício para que as crianças tenham liberdade e autonomia. Além de objetos na altura do alcance das crianças, o espaço de aula é minimalista, contendo apenas o necessário para o desenvolvimento das atividades. 

  5. Adulto preparado: o papel do adulto é de observar as crianças e intervir somente quando necessário. A maior regra deste passo é nunca fazer pela criança aquilo que ela pode fazer sozinha. 

  6. Criança equilibrada: quando a criança se encontra concentrada isso significa que está em equilíbrio. É importante que não haja a interrupção de um adulto neste momento. 

A metodologia montessoriana baseia-se na observação e na compreensão da natureza do indivíduo por meio das brincadeiras e dos trabalhos. Nesse sentido, ela desenvolve uma base para a evolução da criança. Segundo a Organização Montessori do Brasil (OMB), há em torno de 60 escolas que utilizam o método de ensino no país. 

4) Abordagem Pikler

A abordagem Pikler é um metodologia de ensino que foi criada pela pediatra Emmi Pikler (1902–1984) e foca nos 3 primeiros anos de vida da criança. Assim como a metodologia montessoriana, a Pikler também se baseia no respeito à individualidade e a liberdade do ser, por isso, esse método possui dois grandes princípios: segurança afetiva e motricidade livre

 

Nesse contexto, a segurança afetiva é exercida com um profundo respeito à criança. O adulto precisa reconhecer que a criança já é uma pessoa e que possui as próprias expectativas e necessidades. Esse reconhecimento reflete no desenvolvimento psicológico e emocional da criança. Através dos cuidados e dos contatos diários é construído o vínculo entre o cuidador e o bebê.

 

Já a motricidade livre permite que os bebês desenvolvam aspectos de postura corporal próprios. Em um ambiente adequado, a criança se encontra livre para explorar objetos e possibilidades, sempre de maneira autônoma e tranquila. Um adulto intervém apenas para manter a segurança da criança.

5) Metodologia Waldorf

A metodologia Waldorf foi criada por Rudolf Steiner (1861–1925), um filósofo austríaco. Esse método foi aplicado pela primeira vez em uma escola para filhos de operários alemães de uma fábrica de cigarros chamada Waldorf-Astoria. 

 

A estrutura da metodologia de ensino Waldorf é baseada em 3 colunas principais: pensar, querer e agir. Ela trabalha com base na justiça social da educação e tem como objetivo criar indivíduos que sejam livres e plenamente responsáveis. Na abordagem Waldorf, o professor atua como um facilitador do conhecimento e acompanha a turma por um longo período de tempo. A partir do ensino médio, os alunos são acompanhados por um tutor.

 

Além das matérias obrigatórias do currículo previsto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os alunos trabalham com atividades como música, teatro, dança, artesanato e outras que exploram a criatividade dos indivíduos. Em geral, essas atividades são interdisciplinares.

6) Método Paulo Freire

O método freiriano foi criado pelo educador e filósofo brasileiro Paulo Freire (1921-1997) na década de 1960. A princípio, o seu foco era a alfabetização de jovens e adultos, cujo material era organizado e pensado a partir das experiências dos alunos.

 

Nessa metodologia de ensino, a alfabetização não deve ser ensinada somente a partir das letras, palavras e frases, mas também com base no dia a dia do estudante, levando o aluno a compreender os problemas que enfrenta, estimulando ele a participar da vida política do local em que vive. Outra característica do método de Paulo Freire é o dialogismo, isto é, o respeito pelo aluno e a valorização de uma relação horizontal entre o educador e o educando

Como escolher o melhor método de ensino para meu filho?

Em meio a tantas escolhas, qual metodologia escolher? Como podemos perceber, são diversos os caminhos e as possibilidades para o desenvolvimento da educação das crianças. 

 

De acordo com a psicóloga e pedagoga Andréa Racy, existe um tipo ideal de escola para cada criança. Exemplificando a metodologia Waldorf, Andréa afirma que "tem que ter um perfil específico e a família tem que participar muito. Não é uma escola que qualquer pessoa entra e vai ficar tudo bem. As famílias participam muito na educação das crianças, então a família tem que estar disposta a isso”. 

 

Segundo Andréa, os pais devem estar atentos aos princípios que pretendem agregar aos seus filhos.

 

 "Quando os pais vão escolher as escolas dos filhos eles devem estar muito atentos aos valores da família. Também devem conhecer seus filhos, saber como esta criança se comporta, para, finalmente, visitar a escola e saber se o método e a filosofia da escola bate com o que eles acreditam, para não haver um conflito entre a escola e a família", orienta. 

 

A psicopedagoga Daniela Santana afirma que o ideal é experimentar. "Os pais precisam estar atentos aos comportamentos dos seus filhos e ao desenvolvimento deles. É importante também conhecê-lo. De que forma ele aprende? Ele é extrovertido? A melhor forma de se descobrir o método ideal é experimentando", afirma.

 

Só que você não precisa experimentar todos métodos, já que isso resultaria em uma troca constante de escola, o que pode prejudicar o aprendizado da criança. Por isso, vale a pena analisar qual se enquadra mais com o tipo de educação e desenvolvimento que você quer que o seu filho tenha.

 

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