A avaliação da aprendizagem escolar é um tema que gera bastante discussão. Mensurar os resultados dos alunos não apenas avalia a construção do conhecimento deles como também é importante para verificar a efetividade dos trabalhos propostos pelo professor. A avaliação da aprendizagem pode ser feita de diversas maneiras e para realizá-la da maneira correta, é necessário compreender a sua importância.
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A gestão escolar deve olhar para a avaliação da aprendizagem como um recurso pedagógico essencial para o desenvolvimento do planejamento feito pelo professor. Embora o sistema de ensino brasileiro tenha a prova escrita como maior referência para mensuração de resultados, a avaliação não deve ser vista unicamente como uma ferramenta classificativa.
A mensuração de resultados pode ser feita por meio de provas mas esse não deve ser o único aspecto analisado, uma vez que sozinho, este não auxilia o aluno em seu processo de desenvolvimento. A ênfase deve estar no aluno aprendeu, e não nas notas que obteve.
Além disso, deve-se considerar que o processo de construção do conhecimento não acontece em uma dicotomia: o professor ensina e o aluno aprende. Portanto, a avaliação da aprendizagem também é um recurso que analisa o trabalho desempenhado pelo professor.
Usando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a gestão pedagógica deve estabelecer claramente quais serão os critérios e ferramentas utilizadas durante a avaliação do aluno. O valor atribuído pelo professor para a aprendizagem dos estudantes não deve jamais ser usada para discriminar. Assim, o recurso deve oferecer a possibilidade de percepção das fragilidades e avanços dos sujeitos escolares.
O processo avaliativo como conhecemos hoje
Se voltarmos no tempo, encontraremos a origem do sistematização dos exames escolares no decorrer dos séculos XVI e XVII. Esse modelo ainda é usado nas escolas e as avaliações foram usadas como instrumento de poder e ameaça pelo professor durante anos. De modo que as notas eram utilizadas apenas para classificar a turma como boa ou ruim, rotulando os alunos e discriminando suas dificuldades.
A modernização do processo educativo trouxe novos métodos de ensino e transformou a avaliação em um importante medidor da qualidade de ensino. Em outras palavras, a avaliação da aprendizagem é um dos principais indicadores da evolução dos alunos e do desempenho dos professores em sala de aula.
De acordo com o artigo 24º, inciso V, da Lei de Diretrizes e Base (LDB):
V- a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.
Na prática…
A avaliação é um processo que tem começo, meio e fim. Os resultados dos alunos não devem ser analisados de maneira pontual, mas sim acompanhados ao longo do período escolar. O métodos avaliativos devem ser diversificados e distribuídos ao longo do cronograma pedagógico. Assim, o professor deve programar entregas de produções escritas, apresentações orais e aplicar provas para realizar o diagnóstico da aprendizagem dos alunos.
A LDB estabelece três princípios para a avaliação de aprendizagem: diagnóstico, qualificativo e formativo. Esses pilares permitem que o professor conheça o nível atual de desenvolvimento do aluno para conseguir compará-lo com os requisitos básicos daquela etapa de ensino e assim planejar as ações que garantirão o alcance dos resultados esperados.
Quais são os tipos de avaliação de aprendizagem?
A avaliação da aprendizagem pode ocorrer por meio de instrumentos internos e externos. ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Alunos) e o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) são alguns exemplos de exames externos que utilizem o resultado para classificar e indicar o desenvolvimento da aprendizagem numa visão mais ampla.
Os resultados dessas avaliações são importantes para que cada escola consiga identificar os pontos fortes e as fragilidades do seu plano pedagógico em comparação com as outras instituições. Por outro lado, as avaliações internas oferecem uma visão detalhada das particularidades de cada escola, considerando a realidade na qual está inserida. Assim, é a combinação dos dois resultados que garante a elaboração de estratégias eficientes para a formação dos alunos.
Diagnóstica
A avaliação diagnóstica acontece nos primeiros dias de aula, quando o professor analisa e avalia os alunos de sua turma. Nesse momento, o educador deve verificar quais conhecimentos os alunos já dominam para determinar qual será o ponto de partida. É nesse momento também que professor estabelece a relação de confiança, parceria e mutualidade que guiará o desenvolvimento das atividades ao longo do ano.
Formativa
Essas avaliações são aplicadas com o objetivo de verificar o andamento das atividades propostas pelo professor. O resultado obtido permite que o professor faça uma inversão no plano e altere a direção ao longo do curso, uma vez que problemas tenham sido identificados. Também é com base nessa avaliação que os professores poderão oferecer assistência paralela para os alunos com dificuldades em acompanhar a turma.
Nesse sentido o professor não deve classificar os alunos de acordo com suas notas, mas sim levando em consideração o seu potencial. Assim, o objetivo do aluno deve ser aprender e não tirar boas notas. Os números registrados no diário do professor são um indicativo do desenvolvimento do plano pedagógico.
Somativa
A avaliação que encerra o ciclo de aprendizagem tem como função verificar se o aluno tem condições de seguir ou não para o próximo ano escolar. Nesse ponto, é fundamental que o professor realize essa avaliação de maneira integrada, considerando o processo educativo desde o início.
Apresentação dos resultados
Ao longo do ano letivo, é importante que o professor esteja próximo do aluno para conseguir orientá-lo ao longo de sua jornada de construção do conhecimento. O erro jamais deve ser usado como fonte de castigo ou punição. Cabe ao educador indicar os pontos em que o aluno errou e apresentar novas estratégias para a aprendizagem ocorra.
Avaliação pedagógica do professor
Se o processo de aprendizagem acontece por meio da parceria aluno-professor, é importante que o trabalho dos professores também seja avaliado. Nesse sentido, a capacitação continuada de professores se torna essencial. Juntamente com o coordenador pedagógico, o gestor escolar deve propor treinamentos e avaliações de desempenho a fim oferecer um feedback construtivo para o professor. Assim como para os alunos, a avaliação pedagógica dos professores não deve ser usada nem vista como uma ferramenta de ameaça. Avaliar o desempenho do professor contribui para o aumento na qualidade do ensino e garante o alcance dos resultados propostos pela escola.