Em resumo:
- Entenda como a campanha do setembro amarelo nas escolas contribui para fortalecer a saúde mental dos alunos, prevenir o suicídio e desenvolver um ambiente escolar seguro e acolhedor.
- Conheça estratégias práticas, sinais de alerta a serem observados e formas de integrar o cuidado emocional à rotina escolar durante todo o ano letivo.
- Descubra 5 atividades setembro amarelo aplicáveis na escola, desde rodas de conversa e oficinas socioemocionais até campanhas internas e parcerias com profissionais especializados.
O Setembro Amarelo nas escolas é o momento em que a comunidade educativa intensifica ações de prevenção ao suicídio e de promoção da saúde mental de alunos e professores.
Apesar da delicadeza do tema, as instituições de ensino têm papel primordial como espaços de conscientização, acolhimento e identificação precoce de sinais de sofrimento.
Isso porque as crianças e os adolescentes e até mesmo os professores possuem um vínculo diário com as instituições e passam a maior parte de seu tempo no ambiente escolar, construindo vínculos e acumulando vivências que precisam ser acompanhadas de perto.
Nesse sentido, é importante que a gestão escolar esteja preparada para entender e acompanhar vivências, observar mudanças comportamentais e atuar durante todo o ano letivo nas questões socioemocionais de alunos e professores.
Continue a leitura, entenda de que maneira as instituições de ensino podem trabalhar o setembro amarelo nas escolas, veja ideias de atividades e saiba como abordar o tema envolvendo educadores, famílias e toda a comunidade escolar.
Neste artigo você vai ver:
- Qual é a história por trás do Setembro Amarelo?
- Qual a importância do setembro amarelo nas escolas?
- Qual é o objetivo de trabalhar o Setembro Amarelo na escola?
- Como abordar o setembro amarelo com os alunos?
- O que fazer no Setembro Amarelo? H3 – Quais atividades para o setembro amarelo nas escolas?

Qual é a história por trás do Setembro Amarelo?
Como educador, você sabe que o mês de setembro está associado a campanha de prevenção e combate ao suicídio, certo? Mas você conhece a história por trás do surgimento dessa iniciativa?
O Setembro Amarelo é hoje a maior campanha brasileira de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, mas sua origem remonta a uma história que aconteceu nos Estados Unidos.
Em 1994, o jovem Mike Emme, de 17 anos, morreu por suicídio em seu carro, um Mustang 1968 pintado por ele mesmo na cor amarela. Durante o funeral, familiares e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio a pessoas que pudessem estar enfrentando o mesmo sofrimento.
| Você sabia? Mais de 720 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o suicídio é a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Estudos mostram que a cada 100 tentativas, muitas poderiam ser prevenidas com atenção à saúde mental e suporte emocional. |
O gesto ganhou repercussão e se transformou em um movimento internacional conhecido como Yellow Ribbon (fita amarela).
No Brasil, a campanha foi oficialmente lançada em 2015, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV). O mês de setembro foi escolhido porque o dia 10 de setembro já era reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Qual a importância do setembro amarelo nas escolas?
É papel da escola proporcionar um espaço seguro, acolhedor e de confiança, nas quais questões sobre saúde mental possam ser debatidas sem tabus, além de observar sinais de dificuldade e encaminhar o apoio necessário.
No entanto, esse cuidado não deve se restringir apenas às campanhas de setembro: é essencial que a atenção ao bem-estar emocional faça parte da rotina escolar ao longo de todo o ano.
Nesse sentido, integrar a discussão de temas socioemocionais à rotina escolar ajuda a:
- Identificar sinais de sofrimento ou comportamento de risco;
- Promover um ambiente seguro e acolhedor;
- Reduzir casos de bullying e isolamento social;
- Fortalecer vínculos entre alunos, professores e famílias;
- Preparar estudantes para lidar com desafios emocionais ao longo da vida.
Qual a importância de cuidar da saúde mental dos professores?
Se atentar à saúde mental da equipe pedagógica é igualmente essencial. Uma pesquisa do Instituto Península (2022) apontou que mais de 84% dos professores brasileiros relatam exaustão emocional, e os transtornos mentais estão entre os principais motivos de afastamento da sala de aula.
Ao cuidar dos professores a sua instituição garante:
- Melhor desempenho e engajamento na sala de aula;
- Mais atenção e acolhimento aos alunos;
- Retenção da equipe pedagógica e clima escolar saudável.
O setembro amarelo nas escolas é, portanto, um convite para uma abordagem ampla, envolvendo todos os membros da comunidade escolar e tornando o cuidado com a saúde mental uma prioridade contínua.
Qual é o objetivo de trabalhar o Setembro Amarelo na escola?
O principal objetivo de trabalhar o setembro amarelo nas escolas é chamar a atenção sobre a conscientização e o cuidado com a saúde mental dos alunos e professores, criando ambientes seguros para que sentimentos, emoções e dificuldades possam ser compartilhados sem tabus.
| Dica para gestores: investir em atividades setembro amarelo ajuda a prevenir situações críticas e fortalece o clima escolar, reduzindo conflitos e melhorando o desempenho acadêmico e emocional de estudantes e professores. |
Ao implementar ações de prevenção ao suicídio, a escola busca:

- Educar e informar: trazer debates, rodas de conversa e oficinas sobre saúde mental e bem-estar emocional.
- Identificar sinais de alerta: observar mudanças de comportamento, isolamento, queda de rendimento ou desmotivação, para encaminhar apoio adequado.
- Acolher e fortalecer vínculos: criar uma cultura de empatia, respeito e escuta ativa entre alunos, professores e familiares.
- Integrar a comunidade escolar: envolver coordenadores, professores, famílias e alunos em atividades e campanhas que reforcem o valor da vida e a prevenção ao suicídio.
- Garantir continuidade: tornar a atenção à saúde mental uma prática diária, não limitada ao mês de setembro, trazendo programas e atividades durante todo o ano letivo.
Como abordar o setembro amarelo com os alunos?
Para abordar o setembro amarelo nas escolas é necessário criar rotinas contínuas de atenção à saúde mental dos alunos, prevenindo situações críticas e fortalecendo o ambiente escolar.
Para que essas ações sejam efetivas, a escola pode adotar estratégias claras e práticas, integrando-as à rotina escolar de forma planejada e consistente. Algumas maneiras de trabalhar o tema ao longo do ano incluem:
1. Criar estratégias para trabalhar o tema durante todo o ano letivo
Incorporar a temática da saúde mental à rotina escolar ajuda os alunos a se expressarem e a desenvolverem confiança. Algumas práticas recomendadas:
- Conscientizar a comunidade escolar sobre a importância do cuidado emocional;
- Informar canais de acolhimento e ajuda, como o CRAS e psicólogos da escola;
- Envolver profissionais especializados em saúde mental, para orientar e apoiar alunos e equipe escolar;
- Realizar atividades de conscientização durante o mês de setembro;
- Apoiar o desenvolvimento da educação socioemocional, trabalhando habilidades de autocontrole, empatia e resiliência.
2. Prevenir de fatores que afetam a saúde mental
A escola deve adotar uma postura ativa contra situações que impactam o psicológico dos alunos:
- Bullying e violência;
- Pressão por provas e vestibulares;
- Preconceitos e abuso de autoridade;
- Ambientes pouco acolhedores ou tensos.
3. Identificar os sinais de que um aluno precisa de ajuda
A gestão escolar, especialmente coordenadores e profissionais capacitados, deve estar atenta a comportamentos que indicam sofrimento emocional. Entre os sinais mais comuns estão:
- Perda de interesse nas aulas ou desempenho abaixo da média;
- Queda de rendimento em alunos com histórico de boas notas;
- Evasão escolar ou faltas frequentes;
- Isolamento social, inclusive dentro da sala de aula;
- Não realização de atividades escolares ou falta de participação em eventos;
- Assuntos tristes, negativos ou beligerantes;
- Sonolência ou sinais de insônia ligados a transtornos mentais;
- Desempenho alto nas aulas, mas baixo em avaliações, podendo indicar ansiedade.
Nesse sentido, manter a comunicação constante com os professores é essencial, pois são esses profissionais que estão em contato direto com os alunos e podem identificar sinais precoces de sofrimento emocional.
4. Encaminhar e agir
Quando a coordenação ou a direção identifica sinais de distúrbio psicológico, é fundamental:
- Notificar pais ou responsáveis;
- Acionar apoio profissional especializado;
- Garantir que a equipe escolar esteja treinada para lidar com casos de saúde mental e prevenção ao suicídio.
Dessa forma, a escola cumpre seu papel de proteger os alunos, garantir a saúde mental e implementar ações efetivas de prevenção ao suicídio, fortalecendo toda a comunidade escolar.
O que fazer no Setembro Amarelo?
Como vimos, mais do que uma campanha pontual, o setembro amarelo é uma oportunidade para implementar estratégias que possam ser integradas ao dia a dia da instituição, criando rotinas de acolhimento, diálogo e conscientização.

Planejar essas ações envolve:
- Engajar toda a comunidade escolar — professores, coordenadores, alunos e famílias;
- Combinar momentos de sensibilização com práticas contínuas de cuidado emocional;
- Utilizar recursos pedagógicos e atividades lúdicas para tornar o aprendizado sobre saúde mental mais acessível;
- Medir impactos e ajustar estratégias, garantindo que as ações sejam realmente efetivas.
Quais atividades para o setembro amarelo nas escolas?
Para tornar o setembro amarelo nas escolas mais efetivo, destacamos 5 atividades práticas e aplicáveis que podem ser implementadas de forma estratégica.
Confira a seguir cada ação e como aplicá-la na rotina escolar:
| Atividade | Objetivo | Como aplicar |
| 1 – Rodas de conversa e debates | Quebrar tabus sobre saúde mental e suicídio | Criar momentos de diálogo entre alunos, professores e especialistas; envolver psicólogos ou profissionais externos. |
| 2 – Oficinas de educação socioemocional | Desenvolver empatia, autocontrole e resiliência | Realizar atividades adaptadas por faixa etária que trabalhem emoções, sentimentos e habilidades sociais. |
| 3 – Campanhas internas de conscientização | Informar e sensibilizar a comunidade escolar | Criar murais, cartazes, painéis e concursos de desenho/redação sobre cuidado com a vida e prevenção ao suicídio. |
| 4 – Parcerias com profissionais de saúde mental | Apoiar alunos em situação de vulnerabilidade | Convidar psicólogos ou psiquiatras para palestras, rodas de diálogo e sessões de orientação individual; treinar professores para identificar sinais de alerta. |
| 5 – Integração com as famílias | Fortalecer o apoio externo e a cultura de acolhimento | Realizar workshops e reuniões para orientar responsáveis sobre sinais de sofrimento emocional; divulgar canais de ajuda como CRAS e CVV. |
Como vimos, ao integrar atividades setembro amarelo nas escolas com prevenção ao suicídio e o fortalecimento da saúde mental dos alunos nas práticas pedagógicas, a instituição reforça seu papel de agente de proteção, formação e acolhimento.
Assim, trabalhar o Setembro Amarelo é investir em um processo educativo que valoriza a vida, traz bem-estar emocional e posiciona a escola como referência na promoção de ambientes seguros e saudáveis, gerando impactos duradouros para alunos, equipes pedagógicas e toda a comunidade escolar.
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