O Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto, costuma ser lembrado principalmente na Educação Infantil, com cantigas, brincadeiras e personagens que fazem parte do imaginário popular.
Mas será que esse tema deve mesmo se limitar somente à infância? Para educadores, o folclore pode — e deve — ser ressignificado também no Fundamental e no Ensino Médio, abrindo espaço para discussões ricas sobre identidade, diversidade cultural, literatura, artes e na preservação de tradições.
Mais do que celebrar personagens conhecidos, o dia do folclore é uma oportunidade de convidar adolescentes e jovens a refletirem sobre a cultura brasileira como algo vivo, dinâmico e presente em seu cotidiano.
Pensando nisso, reunimos nesse artigo, reflexões e práticas que podem inspirar novas formas de trabalhar o Dia do Folclore em sala de aula, com foco no Fundamental e Médio.
Confira os tópicos que vamos abordar:
- O que significa o dia do folclore?
- Por que trabalhar o folclore com adolescentes e jovens?
- Como trabalhar folclore com adolescentes?
- Como trabalhar o folclore de forma diferente?
- Como conectar o folclore a diferentes áreas do conhecimento?
- Quais são as metodologias para ensinar folclore?

O que significa o dia do folclore?
Celebrado em 22 de agosto, o dia do folclore foi criado para valorizar e preservar manifestações culturais que expressam a identidade de um povo.
No Brasil, a data ganhou força a partir da década de 1960, quando se buscou destacar a riqueza das tradições populares — lendas, músicas, danças, festas e saberes transmitidos oralmente de geração em geração.
Esse aspecto é especialmente relevante no contexto escolar, já que o contato com o folclore ajuda a desenvolver nos alunos a percepção de pertencimento, respeito à diversidade e valorização da pluralidade cultural do país.
Por que trabalhar o folclore com adolescentes e jovens?
O dia do folclore representa uma oportunidade de compreender como as tradições populares moldam a vida social, a linguagem e até mesmo a visão de mundo das comunidades.

E, embora muitas vezes associado às cantigas, brincadeiras e personagens que marcam a Educação Infantil, o folclore brasileiro é um patrimônio cultural que vai muito além da infância.
Ao expandir essa discussão para adolescentes e jovens, o educador pode transformar a data em um ponto de partida para reflexões críticas sobre identidade, cultura e cidadania.
Como trabalhar folclore com adolescentes?
Ao chegar no Fundamental e no Ensino Médio, o folclore pode ganhar novos contornos, servindo como ponto de partida para debates sobre identidade, diversidade cultural, literatura, história oral, mídia e até mesmo questões sociais contemporâneas.
Para educadores, o desafio – e a oportunidade – está em ressignificar a data, mostrando aos adolescentes e jovens que, além da tradição, o folclore também é um reflexo vivo das formas de pensar, agir e se expressar de diferentes comunidades.
Algumas estratégias práticas que podem ser integradas ao dia a dia escolar:
- Analisar lendas e mitos regionais, identificando valores, símbolos e mensagens culturais que refletem a sociedade.
- Incentivar a produção de narrativas, como contos, poemas ou histórias em quadrinhos, permitindo que os alunos reinterpretarem tradições de forma criativa.
- Explorar conteúdos de mídia e tecnologia, como vídeos, podcasts ou redes sociais, conectando a tradição com a cultura digital contemporânea.
- Criar debates e reflexões críticas sobre diversidade, preconceitos e identidade cultural a partir das histórias e manifestações folclóricas.
Como trabalhar o folclore no Ensino Médio?
No Ensino Médio, é interessante dar profundidade e interdisciplinaridade às atividades, tornando o estudo do folclore mais conectado com a realidade dos adolescentes e com outras disciplinas.
Uma forma visual e prática de organizar essas estratégias é utilizando uma tabela:
| Atividade | Objetivo | Benefício para os alunos |
| Análise de narrativas folclóricas | Discutir valores, estereótipos e referências culturais | Desenvolve pensamento crítico e reflexão cultural |
| Produção de conteúdo digital (vídeos, podcasts, blogs) | Conectar tradição e tecnologia | Estimula criatividade e competências digitais |
| Debates e rodas de conversa | Discutir diversidade, identidade e questões sociais | Fortalece habilidades de comunicação e argumentação |
| Projetos interdisciplinares | Integrar folclore com História, Literatura, Artes e Geografia | Promove aprendizagem colaborativa e contextualizada |
Como trabalhar o folclore de forma diferente?
Trabalhar o folclore de maneira inovadora significa ir além da narrativa das lendas e das músicas tradicionais.
Nesse sentido, é possível aproveitar o patrimônio cultural como ferramenta para estimular o pensamento crítico, a criatividade e a compreensão do mundo.
Algumas estratégias para tornar o estudo do folclore mais engajante podem ser:
1 – Interdisciplinaridade
Conectar o folclore com História, Geografia, Literatura, Artes e Ciências, mostrando como as tradições refletem costumes, valores e fenômenos naturais das regiões brasileiras.
2 – Consciência social e cultural
Usar contos, provérbios e lendas para discutir desigualdade, diversidade e respeito às diferenças, estimulando debates sobre cidadania e inclusão.
3 – Expressão artística e criatividade
Estimular alunos a reinterpretar narrativas tradicionais por meio de teatro, dança, música, ilustração, artes digitais ou produção textual.
4 – Projetos práticos e colaborativos
Criar exposições, podcasts, vídeos ou performances que envolvam a pesquisa de costumes locais e a produção de materiais próprios, fortalecendo habilidades de pesquisa, comunicação e trabalho em grupo.
Como conectar o folclore a diferentes áreas do conhecimento?
Como vimos, trabalhar o folclore de forma interdisciplinar é uma estratégia eficaz para aproximar o conteúdo das experiências culturais dos alunos do Ensino Fundamental 2 e do Ensino Médio.
Ao integrar diferentes disciplinas, os educadores conseguem ampliar a compreensão dos estudantes, estimulando temas como pensamento crítico, criatividade e consciência social.
Essa abordagem também ajuda os adolescentes a perceberem a relevância do folclore em múltiplos contextos, conectando história, literatura, artes, ciências e valores éticos à vida cotidiana.
Veja alguns exemplos possíveis de integração:
| História e Geografia: compreender a origem de lendas e tradições em diferentes regiões, relacionando-as com eventos históricos, costumes e características locais. Literatura e Linguagem: analisar narrativas orais e escritas, explorando figuras de linguagem, estilos narrativos e a influência do folclore na produção literária. Artes e Música: estudar danças, cantigas, artesanato e expressões visuais tradicionais, incentivando a recriação e interpretação artística. Ciências e Meio Ambiente: investigar o folclore relacionado à natureza, aos ciclos agrícolas ou às crenças sobre animais e plantas, trabalhando aprendizagem contextualizada. Consciência social e ética: debater valores, estereótipos e mensagens sociais presentes nas histórias, conectando a tradição à reflexão sobre comportamento, diversidade e cidadania. |
Quais são as metodologias para ensinar folclore?
Para tornar o ensino do folclore mais engajador e significativo para alunos do ensino fundamental e médio, é importante apostar em metodologias ativas, que coloquem os estudantes no centro do aprendizado.
Essas estratégias estimulam pesquisa, criatividade e participação e permitem que crianças maiores e adolescentes explorem, reinterpretem e conectem as tradições culturais à vida real e ao currículo escolar.

Algumas estratégias eficazes incluem:
1. Sala invertida
Os alunos estudam previamente lendas, mitos ou manifestações culturais em casa e, em sala, realizam debates, análises e atividades práticas, trazendo engajamento e reflexão crítica.
2. Gamificação
Transformar conteúdos folclóricos em jogos, quizzes ou desafios estimula a participação ativa, incentiva o aprendizado lúdico e fortalece a memorização de conceitos e narrativas.
3. Aprendizagem baseada em projetos (ABP)
Os estudantes desenvolvem projetos envolvendo pesquisa, produção de textos, dramatizações, vídeos ou exposições, de forma a conectar o folclore a diferentes disciplinas e contextos culturais.
4. Uso de mídias digitais
Recursos como vídeos, podcasts, blogs ou redes sociais podem ser utilizados para revisitar, reinterpretar e divulgar lendas, contos e tradições, estimulando a criatividade e a comunicação digital dos jovens.
Como vimos, ao explorar a interdisciplinaridade e metodologias ativas para trazer o ensino do folclore também para crianças maiores e adolescentes, os educadores podem estimular o desenvolvimento da criatividade, do pensamento crítico e da consciência cultural e social desses alunos.
Assim, professores e gestores transformam o ensino do folclore em uma experiência rica, significativa e formativa, que valoriza tanto a história quanto o potencial de cada estudante.
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