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Retorno das aulas presenciais: dicas e estratégias para escolas

O retorno completo das aulas presenciais ainda é um desafio para gestores escolares de todo Brasil. Tal retorno vai precisar de novas estratégias em 2022. Afinal, a vacinação pelo país segue em passos lentos e o fim definitivo da pandemia permanece como algo indefinido para a população. 

Nesse contexto, os colégios vão precisar se adequar para oferecer apoio aos alunos que ficaram longe das salas de aula em 2020 e 2021. 

Embora grande parte das escolas particulares tenham se adequado ao ensino híbrido e oferecido atividades para manter a integração entre os alunos, muitos estudantes tiveram queda considerável no aprendizado pelo tempo distante dos professores. 

Isso vai exigir acolhimento, paciência e novos métodos por parte da equipe pedagógica.

Dificuldades maiores na rede pública

Na rede pública, o desafio será ainda maior porque boa parcela dos alunos de famílias de baixa renda não tiveram acesso a condições adequadas de estudo durante a pandemia. Consequentemente, isso aumentou consideravelmente a evasão escolar. 

Para se ter ideia, um estudo do Unicef (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para Infância) revelou que cerca de 5,5 milhões de crianças e adolescentes não frequentaram escolas no ano passado. 

Além disso, cerca de 1,38 milhão de alunos, com idades entre 6 e 17 anos, simplesmente abandonaram as instituições de ensino por motivos relacionados à falta de recursos tecnológicos, como computador e internet, queda na renda familiar, entre outros fatores.

Outro número preocupante da Unicef aponta que cerca de 4,12 milhões de alunos estavam devidamente matriculados, mas não receberam nenhuma atividade escolar durante o ano letivo de 2020.

Quais estratégias adotar para a volta das aulas presenciais?

Em primeiro lugar, é fundamental que a escola prepare um ambiente presencial construtivo para esta nova etapa que os alunos vão viver após dois anos de restrições e crise sanitária. 

Será necessário, por exemplo, avaliar as necessidades e dificuldades individuais de cada aluno para identificar o nível real de perdas em determinadas disciplinas, como português e matemática. 

Essa análise pode ser feita por meio de simulados, testes ou provas para que os professores avaliem os resultados de cada turma e identifiquem os assuntos que mais geram dúvidas. A partir desses dados, toda a equipe escolar deve se reunir para traçar novas metodologias de recuperação do ensino. Outro ponto a ser levado em conta pelos gestores escolares é a capacitação dos professores para esse cenário extremamente desafiador.

Em outras palavras, o retorno ao ensino presencial vai exigir reorganização, planejamento, novas práticas e um olhar direcionado para cada aluno.  

Na visão da professora e pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Claudia Costin, que é referência na área de Políticas Educacionais, muito mais do que avaliar notas e bom desempenho nas provas, será necessário observar o comportamento dos jovens no decorrer das aulas e aplicar dinâmicas que estimulem a integração. 

Afinal, a pandemia também trouxe muitas consequências para a saúde emocional de crianças e adolescentes, fazendo com que eles ficassem mais ansiosos e com mais dificuldade de prestar atenção nas aulas. Tudo isso gerou um contexto de esquecimento das matérias, insegurança e menos interesse pelos estudos. 

“A escola não é apenas um local de transmissão de conhecimento, mas também de aprendizagem no sentido de viver em uma sociedade maior do que a sua própria família. Isso se perdeu, então, é importante lidar com o acolhimento dos alunos e depois com o nivelamento de aprendizagem”, destacou a especialista em entrevista ao jornal GZH, do Rio Grande do Sul.

Outra orientação válida para engajar os alunos no retorno presencial e diminuir as chances de abandono escolar são as campanhas para conscientizar pais e responsáveis sobre a importância da parceria entre família e escola. Essa união é essencial para motivar os alunos a frequentarem as salas de aula.

O que professores e diretores devem levar em conta no retorno às aulas presenciais?

Para auxiliar sua equipe no planejamento de retorno para as aulas presenciais, listamos abaixo algumas recomendações importantes que vão auxiliar o desenvolvimento dos alunos e gerar bons resultados em 2022:

  • Crie um ambiente acolhedor para os alunos em que eles se sintam confortáveis e seguros.
  • Evite o excesso de cobranças no retorno presencial.
  • Promova a integração entre a família e escola para engajar os alunos no comparecimento presencial.
  • Aplique avaliações individuais para identificar possíveis perdas no aprendizado.
  • Organize aulas ao ar livre para tornar o aprendizado mais atrativo no dia a dia.
  • Caso necessário, amplie a grade de disciplinas e ofereça atividades extra classe para reforçar o aprendizado e recuperar perdas. 
  • Siga corretamente as medidas sanitárias de prevenção à Covid-19 estabelecidas pelas autoridades de saúde.
  • Promova encontros mensais ou quinzenais para ouvir os alunos, seus anseios e expectativas para essa nova fase.
  • Caso não seja possível fazer encontros, organize pesquisas com pais e alunos. 
  • Intensifique o ensino híbrido para atender aos alunos em fase de adaptação e estimular a transformação digital no ensino.
  • Capacite os professores para que eles estejam preparados para os desafios educacionais de cada etapa escolar.
  • Mesmo com o avanço da vacinação, mantenha o ambiente escolar higienizado e crie uma cultura da hábitos saudáveis entre os alunos.
  • Elabore novas dinâmicas de ensino para promover a integração entre antigos e novos alunos.

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