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Aula ao ar livre é opção ao retorno da educação em tempos de Covid-19

A educação ao ar livre, que surgiu em momento parecido com o que vivemos, pode ser uma opção para o retorno presencial da educação. 

Em 1904, durante o surto de tuberculose, houve próximo de Berlim a primeira experiência de escolas ao ar livre, como medida de redução do risco de transmissão da doença. Essas práticas foram ampliadas depois da Segunda Guerra Mundial em alguns países da Europa, como Inglaterra e França. Agora, o assunto voltou ao debate na pandemia da covid-19.

Antes da pandemia, esse tipo de educação já era defendida por especialistas por apresentar benefícios como o estímulo de todos os sentidos, aprendizado mais ativo e explorador, fortalecimentos de vínculos sociais, momentos de concentração e incentivo à prática de atividade física. Segundo estudos, a ausência desses fatores está ligada a diversos problemas de saúde como obesidade infantil, sedentarismo, baixa motricidade e até miopia.

No Brasil, podemos destacar como incentivador da educação ao ar livre o Projeto Criança e Natureza do Instituto Alana que inclusive criou um documento para gestores públicos e privados adotarem as aulas ao ar livre em meio a pandemia. Veja o documento na íntegra aqui. 

Segundo Paula Mendonça, assessora pedagógica do Projeto, “as aulas ao ar livre podem ser vistas como uma solução complementar para a educação em tempos de pandemia, e não como única solução”. Para ela, uma forma de acelerar sua implementação no território brasileiro seria incluir como opção de ensino nos protocolos sanitários de volta às aulas.

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A educação ao ar livre se mostra como opção nesse momento de pandemia pois a transmissão do vírus se dá pelas vias respiratórias  e, nos ambientes abertos, a carga viral é dissipada pelo vento e fica mais diluída no espaço. O calor e a umidade também afetam a sobrevivência viral, segundo estudos do professor e imunologista da  Universidade de Massachusetts Dartmouth, Erin S. Bromage.

O modelo de educação ao ar livre  já é realidade em algumas escolas brasileiras como a Escola Ágora, que fica em Cotia-SP, tem a proposta de transformar o mundo e está localizada em um terreno de mais de 20 mil metros quadrados onde os alunos, além das matérias do currículo oficial,  têm aulas de Música, Artes Plásticas, Teatro e Educação Física. 

Aulas ao ar livre em escolas sem espaços abertos

Segundo Paula, as escolas, mesmo que não tenham espaços abertos em suas instalações, podem por meio de parceria com as prefeituras ou subprefeituras, em especial os órgãos responsáveis pela limpeza dos espaços públicos, utilizar parques e praças públicas para  promover a educação na natureza a seus alunos. O próprio Plano Nacional de Educação (PNE) recomenda esse tipo de ação em parceria com o poder público na estratégia 6.4:

“Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários.”

Nesses espaços,  “ideias simples como uso de mesas e bancos para piqueniques, bancos feitos a partir de poda de árvores, pranchetas e quadros brancos móveis ou cavaletes tipo flip chart são formas de tornar viável o aprendizado ao ar livre”, afirma Mendonça. 

Para os gestores interessados em se aprofundar no assunto, o Projeto Criança e Natureza conta com diversos conteúdos relacionados ao tema no acervo disponível no site.

Publicado em:Universo pedagógico

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