Festa Junina na escola: veja como organizar um arraial

Junho é um mês de muita festividades em todo o Brasil. Confira dicas que preparamos para você fazer sua festa junina na escola.


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O mês de junho é sinônimo de milho, música popular brasileira, quentão e doces caseiros. Celebradas no país inteiro, as Festas Juninas constituem a segunda maior comemoração realizada pelos brasileiros, ficando atrás apenas do Carnaval. Devido a sua importância na cultura brasileira, as Festas Juninas fazem parte do calendário de diversas instituições de ensino, enfatizando os costumes e tradições de cada região do país. No post de hoje vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas e como organizar uma Festa Junina na escola.


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Uma breve história

Conhecida também como “arraial”, a Festa Junina chegou ao Brasil com a vinda dos portugueses, porém, muitos historiadores dizem que a data tem origem na tradição pagã dos povos germanos em comemoração ao solstício de verão no Hemisfério Norte. Com o passar dos anos, o festejo junino sofreu forte influências do catolicismo e hoje é utilizada para celebrar os santos católicos padroeiros como Santo Antônio, São Pedro e São João.


Assim que chegou ao Brasil, a festa junina tinha um forte viés religioso e, apesar de hoje em dia ainda termos esse tom, o evento também carrega consigo uma riqueza cultural enorme, com influências dos povos originários, dos afros-brasileiros e do sertanejo. Dessa forma, a festa tem o intuito de celebrar a cultura popular brasileira.


Quais as tradições das festas juninas?

As Festas Juninas são repletas de tradições que mudam conforme a região em que a festança é realizada. Selecionamos abaixo algumas dos costumes mais praticados, de norte a sul do Brasil:


Quadrilha

É raro conhecer alguém que nunca dançou uma quadrilha em uma Festa Junina. Apesar das fortes influências caipiras, a quadrilha surgiu na França, no século XVII. A quadrille, como era chamada, era uma dança de salão composta por quatro casais que bailavam seguindo os comandos proferidos pelo marcador. 


A dança chegou ao Brasil durante o período da Regência e, na época, contava apenas com a participação dos membros da corte. A partir do século XIX, a quadrilha se popularizou ao redor do país inteiro e sofreu diversas modificações, como o aumento do número de pares dançantes e a incorporação da música e do casamento caipira. 
Balões, fogueira e fogos de artifício

Antigamente, os balões eram muito utilizados nas comemorações das Festas de São João, celebradas no dia 26 de junho, para indicar o início da festança. Entretanto, o alto risco de incêndios tornou a prática proibida, considerando-a crime ambiental, conforme a lei nº 9605/98.  A fogueira era um dos rituais pertencentes a antiga tradição pagã europeia para celebrar o solstício de verão. Com a ascensão do catolicismo na Idade Média, ela também tornou-se um dos símbolos das festas em comemoração ao Santo João Batista. No Brasil, a fogueira também é utilizada para aquecer os foliões, visto que as Festas Juninas são comemoradas durante o inverno. De acordo com a tradição popular, os fogos artifícios - outro ritual realizado nas Festas Juninas - eram utilizados para despertar São João Batista, porém o hábito se estendeu para os outros dias do mês como forma de comemoração.
Dança das fitas
Conhecido também como pau-de-fitas, esta é mais uma dança folclórica originada na Europa e muito presente nas Festas Juninas na escola. A coreografia acontece com uma ciranda de participantes que circulam ao redor de um mastro central preso ao chão. Cada pessoa segura uma longa fita colorida em sua mão, cuja extremidade está presa ao topo do mastro, e dança em ziguezague, passando por cima e por baixo do participante a frente. Assim que a fitas são trançadas por completo no poste, os dançarinos fazem o movimento contrário, destrançando-as.
Pau-de-sebo
O pau-de-sebo é uma brincadeira junina típica, mas quase não é vista nos dias de hoje. A atividade tem como objetivo alcançar um prêmio colocado no topo, o que se torna muito difícil pois o mastro é untado com gordura em toda sua extensão. Danças, brincadeiras e jogos Além das brincadeiras típicas, as Festas Juninas nas escolas contam com diversos jogos como caixa surpresa, prisão, pescaria, boca do palhaço, argola e bola na lata. As danças não se limitam apenas as quadrilhas; o frevo, o baião e o bumba meu boi são alguns dos tipos de danças que fazem parte do folclore brasileiro e que representam as celebrações juninas de cada região do país.  Comidas e bebidas típicas da Festa Junina O que é uma Festa Junina sem as suas comidas típicas, não é mesmo? Com o passar dos anos e com a popularização da data, outros elementos além da dança passaram a ser incluídos e hoje, a comida é uma das principais marcas das celebrações juninas. Em todas as regiões do Brasil, o produto mais utilizado para preparar os pratos juninos é o milho. Pamonha, curau, pipoca e canjica são alguns exemplos de comidas servidas que possuem o cereal como ingrediente central.

Outras iguarias como arroz doce, maçã do amor, pé de moleque, paçoquinha, lanche de pernil e cachorro-quente também fazem parte do cardápio das Festas Juninas. Não podemos esquecer do vinho quente e do quentão, bebidas alcoólicas que se tornaram símbolo da data. 

Como organizar uma festa junina na escola?

A decisão de realizar uma Festa Junina na escola deve ir além do simples festejar. A data deve ser vista como uma oportunidade de valorizar a diversidade cultural existente no Brasil e de celebrar a trajetória histórica e social de cada região brasileira. 

Além de ser uma maneira de promover a integração entre os alunos, o festejo junino pode - e deve - ter uma finalidade pedagógica. Isso pode ser feito através da elaboração de projetos multidisciplinares, abordando a Festa Junina sob as perspectivas da história, da arte, da geografia e da língua portuguesa.

Ao organizar o evento, porém, é importante lembrar que a liberdade e pluralidade de crenças devem ser respeitadas, conforme dita a nossa Constituição. O que deve estar em foto é o aspecto cultural da festividade e como ela reflete na formação da nossa sociedade. Ou seja, mesmo tendo como base a região católica, qualquer escola pode realizar o evento sem ter necessariamente o vínculo com a religião.

Exalte os costumes de cada região

Cada região brasileira possui uma tradição diferente para celebrar a Festa Junina. Ao organizar o evento, a escola pode escolher um local específico ou trabalhar os diferentes costumes existentes do sul ao norte do país. 

Dê responsabilidades aos alunos
É importante que os alunos participem do processo de organização e produção da festa. Isso pode ser trabalhado através dos ensaios das coreografias, em que os estudantes podem pesquisar sobre a dança folclórica escolhida e também na coordenação das barras de jogos e brincadeiras.

Cada turma pode ficar responsável por uma atividade específica, revezando a participação de todos através de uma escala de trabalho, claro que sempre com a supervisão de um professor ou adulto. Incluir os estudantes no processo de organização da Festa Junina na escola é uma forma de desenvolver habilidades como planejamento, trabalho em equipe e comprometimento que serão essenciais ao longo de suas vidas.

E aí, pronto para promover um arraial inesquecível?

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