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Parceria família e escola no cenário pós-pandemia

A proximidade entre família e escola é fundamental para a construção da aprendizagem. Essa conexão não apenas contribuiu para a prosperidade do negócio escolar como também impacta diretamente no desenvolvimento dos alunos. O isolamento social levou a escola literalmente para dentro das casas, mas isso, em muitos casos, acabou afastando a família da escola. Em meio ao caos trazido pela pandemia, ambos papéis tem se confundido e é preciso deixar claro quais são as funções de cada um. Esse texto vai ajudar a sua escola reestabelecer essa parceria.

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A suspensão das aulas presenciais como medida para conter a propagação do novo coronavírus (COVID-19) fez com que muitos pais reavaliassem o papel da escola, especialmente na educação infantil. Quando a casa se transformou em  escola, muitos  pais se sentiram responsáveis pela educação de seus filhos e a qualidade do ensino oferecido pelas escolas passou a ser questionado. 

Fato é que fomos pegos de surpresa pela pandemia e tivemos que tirar muitos coelhos da cartola para fazer com que as engrenagens continuassem funcionando.  Por um lado, as escolas se reinventaram e os professores superaram enormes desafios na busca por soluções para não deixar a educação parar. Contudo, do outro lado, as famílias se viram assumindo responsabilidades que não acreditavam serem capazes de assumir e desistiram de seguir tentando com o novo formato de ensino. A frustração fez com que o ano letivo de 2020 parecesse perdido.

Essa diferença de perspectivas entre os lados causou uma ruptura na parceria família escola. Somado a isso, a crise econômica, tem aumentado a taxa de evasão escolar, a inadimplência e a falência é uma realidade que assola muitas instituições. 

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A ruptura em números

De acordo com uma pesquisa feita pela Editora do Brasil, 60,1% das escolas particulares do país afirmam ter perdido mais de 10% das matrículas, enquanto  19,7% diz ter perdido mais de 30% dos alunos. Somente 9,6% do participantes da pesquisa responderam não ter tido nenhum cancelamento. O estudo foi feito na última semana de junho com 821 escolas privadas de todo o país.

Além disso, por questões financeiras, as famílias também solicitaram descontos nas mensalidades e um maior número de responsáveis acabou ficando inadimplente. O cenário resultou na demissão de muitos professores. A FENEP (Federação Nacional de Escolas Particulares) estima que  cerca de 300 mil docentes foram dispensados.

Enquanto as escolas lutam para manter a prestação do serviço educacional, as famílias se desdobram para garantir o cumprimento de suas responsabilidades financeiras nos lares. Dos lados lados, é preciso lidar com a angústia, o estresse, o medo e o desequilíbrio emocional. 

Família e escola: papéis sobrepostos

Em meio ao caos, as famílias participaram pela primeira vez dos bastidores do processo de aprendizagem, que não acontece de maneira linear. Se no passado elas acompanhavam do processo por meio dos resultados (notas), hoje elas têm vivenciado os desafios diários do professor em unir cada fragmento de conhecimento para construção do todo. Na tentativa de enfrentar esse desafio, os pais acabaram assumindo papel de educadores, enquanto as crianças ficaram divididas entre os papéis de filhos e alunos.

Porém, não cabe aos responsáveis pela criança assumir o papel de educador. Como um ente educador, a família deve acompanhar, orientar, supervisionar e fornecer meios que garantam à criança condições para aprender. Nesse sentido, a escola precisa justamente mostrar o papel das famílias dentro do de processo de aprendizagem. É função da gestão escolar capacitar os pais, para que eles tenham clareza sobre como podem contribuir no processo.

Para isso, é fundamental que se estabeleça uma boa comunicação entre as partes. A escola precisa conhecer a realidade de cada família e entender que equidade não é equidade, especialmente no atual momento. Um acompanhamento próximo com as famílias permite a proximidade mesmo com o distanciamento social. Nesse momento, é preciso olhar atentamente caso a caso para que a parceria de fato aconteça.

Vale ressaltar que a escola não deve delegar tarefas para os responsáveis, mas sim educá-los quanto às etapas de desenvolvimento dos seus filhos. Os professores já cumprem o papel de educar. Esse trabalho já vem sendo lapidado e experimentado nos últimos meses, com um método de ensino que também é novo para eles. Se parceria é o caminho que levará família e escola a encontrar a melhor solução para enfrentar o momento, empatia é transporte usado para percorrer esse caminho.

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Como a família desempenha sua função?

É preciso ter consciência de que o ritmo de aprendizagem nesse momento é menor do que em situações normais. Porém, um ritmo menor não significa que a aprendizagem não está acontecendo. As constantes preocupações às quais todos estão expostos impactam diretamente no processo, isso porque a aprendizagem está ligada às influências sociais. Por meio da realização de um trabalho conjunto, família e escola podem tornar o processo mais eficiente e menos exaustivo para todos.

Nesse sentido, fica sob responsabilidade da escola:

  • a construção de um calendário acadêmico;
  • a capacitação dos professores para a realização do ensino a distância;
  • o acompanhamento dos resultados dos alunos;
  • manter uma comunicação constante com o pais e alunos;
  • ser transparente em relação às mudanças e decisões tomadas pela gestão;
  • se manter atualizada em relação aos protocolos oficiais;
  • transmitir quaisquer conteúdos e informações relevantes para as famílias;

Por outro lado, fica por conta dos pais e responsáveis:

  • organizar uma rotina diária para as crianças;
  • conduzir, orientar e supervisionar a rotina escolar;
  • garantir que o aluno estará pronto para realizar suas obrigações no horário combinado;
  • a motivação dos aluno para que não desistam, mesmo em meio às dificuldades;
  • estimular o desenvolvimento de habilidades básicas para o aprendizado: autonomia, senso de responsabilidade, paciência e concentração.

No caso da educação infantil, o ensino ocorre por meio das experiências sensoriais, e não necessariamente dentro da sala de aula. A escolarização ocorre por meio de brincadeiras e a família pode contar com o apoio da escola para propor e conduzir esses momentos de divertimento e aprendizagem.

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