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Jogos que Educam

Nascidas na era da conectividade, as crianças de hoje convivem harmoniosamente com as tecnologias de comunicação e interatividade. Chamada de geração alpha, para elas já não é possível desassociar o aprendizado da vida online. Por isso, considerar games e aplicativos como mais uma ferramenta na educação, é essencial. “Como essa geração nasce na era digital, ela tem o jogo como algo do dia a dia. Trazer a questão da aprendizagem pelo jogo é aproximar temas que são importantes para as crianças aprenderem em um ambiente que elas já gostam”, esclarece Silvia Sá, psicóloga e gerente de educação do Instituto Akatu.

Falando a língua delas

Levar questões de aprendizagem por meio dos games é falar a língua dos pequenos, já que este ambiente é algo habitual a eles. A gameficação – ou ludificação, em português – consiste em inserir as técnicas e estratégias dos games dentro de uma atividade.

De acordo com Jorge Proença, diretor da Kiduca, plataforma educacional por meio de games, o desafio e o avanço das fases podem incrementar o aprendizado. “Todas essas técnicas combinam muito com o processo de aprendizagem, então colocar uma atividade educacional no game cria a sensação de que é natural aprender”, afirma.

Luciana Barros de Almeida, presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) destaca que, principalmente quando as crianças ainda não conseguem abstrair o pensamento, o game pode ser a ligação entre o concreto e o abstrato, pois traz a possibilidade de brincar: a língua universal do mundo infantil. “Jogos são meios de desenvolver o raciocínio, a interação, a concentração e a autoconfiança. São importantes por ser o elo por meio do qual parte-se do divertimento para chegar à aprendizagem”, conta.

Como os pais podem orientar

A supervisão dos adultos nunca é demais quando o assunto é universo online. Por não serem nativos da era digital, alguns pais têm dificuldades em selecionar e orientar as crianças na escolha de aplicativos e games, porém, a palavra-chave é informação. “A orientação é que eles pesquisem e entendam os conteúdos para que possam ajudar seus filhos. Outra dica é pedir a ajuda deles para esta pesquisa, tornando o processo interessante e divertido”, indica Proença.

É importante que a criança possa escolher os jogos que mais lhe agradem, contudo deve haver o acompanhamento de um adulto, inclusive jogando o game. “É sempre bom os pais estarem atentos se os jogos têm a temática mais pedagógica, e também tenham o cuidado de como isso está sendo passado, se foi feito por uma organização confiável”, ressalta Simone.

Outro cuidado é buscar orientação com os professores e checar se a plataforma é adequada para a faixa etária da criança. Além disso, o controle do tempo que se fica jogando é fundamental. “Toda criança necessita ser monitorada em relação ao tempo de uso de eletrônicos, preservando o dobro (ou mais) do tempo que ela passa diante de um game para as brincadeiras convencionais que permitam manipulação do objeto real-concreto. Quanto menor a criança, menos tempo diante de games”, frisa Luciana.

Para Jorge Proença, o tempo máximo diante de um game é de no máximo uma hora por dia. “Na plataforma Kiduca, por exemplo, existe a possibilidade de limitar o uso do game em uma hora diária, que já é o suficiente para o processo de aprendizagem”, afirma Jorge.

Um caminho para uma nova escola

A educação é um dos âmbitos mais tradicionais na sociedade, por isso, inovações ocorrem lentamente. Para Simone, os jogos como ferramenta de aprendizagem é um dos caminhos para a inovação na sala de aula: “com certeza é uma das ferramentas mais importantes hoje em dia, justamente pela conexão das crianças com o meio digital. Mas o jogo sozinho não transforma, precisa que os pais e os professores sejam incentivadores nesse processo de aprendizagem”.

Alguns jogos para a garotada

ReciclaKi

Criado especialmente para estudantes, o game apresenta conteúdo didático sobre reciclagem. Ele está dentro do percurso “Turma que Recicla”, do Edukatu – Instituto Akatu, uma plataforma gratuita e aberta de aprendizagem sobre consumo consciente e sustentabilidade. No jogo, os estudantes são catadores de recicláveis e aprendem sobre a importância de separar e destinar corretamente os diversos materiais. Pode ser jogado em computadores, tablets e smartphones com sistema Android e iOS.

www.edukatu.org.br/reciclaki

Diário de amanhã

O tema relacionado aos direitos humanos nem sempre é algo discutido nas escolas. Para ajudar alunos e educadores a se aproximarem do assunto de maneira lúdica e didática, o Senac, em parceria com a instituição Palas Athenas e com o apoio da Unesco, criou o “Diário de Amanhã”. Em formato de perguntas e respostas, o game tem como objetivo facilitar o entendimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que faz parte do dia a dia de toda a sociedade. Com acesso gratuito e ilimitado, os educadores preenchem um cadastro simples e podem jogar offline.

www.sp.senac.br/diariodeamanha

Kiduca

Trata-se de uma plataforma educacional baseada em games e fundamenta nas diretrizes curriculares. O jogo simula uma cidade, dividida em bairros. Cada bairro representa uma área de conhecimento (Matemática, Português, Ciências, História, Biblioteca e Centro). É um ambiente interativo, onde a criança cria um avatar (personagem fictício) que tem seu mundo próprio. Nele são criadas situações para estimular a curiosidade do aluno, de acordo com a fase em que ele se encontra na escola. Também ensina valores morais e cidadania. O legal é que a plataforma permite que o professor crie jogos para os seus alunos. Pode ser monitorado pelos pais, educadores ou pela própria escola. Versão disponível apenas para computadores, via internet. Acesso pago.

www.kiduca.com.br

Magic Bubble

Trata-se de uma rede social infantil que conta com games divertidos e educacionais. As crianças assumem avatares em um mundo virtual que reproduz cenários de cidades brasileiras e do mundo. Com suporte pedagógico, o ambiente pode ser monitorado por pais e professores, acompanhando o desenvolvimento dos pequenos e ainda brincar junto. Após um período gratuito, é necessário se tornar assinante por um valor mensal de R$ 9,95. A plataforma está disponível em uma versão para computadores e aplicativo para o sistema Android.

www.magicbubble.com.br

Aprender a ler

O aplicativo para smartphones e tablets ajuda as crianças em fase de alfabetização a ler e escrever de uma maneira gradual. Relacionar palavras a figuras correspondentes, copiar palavras, completar letras que faltam e escrever são algumas das atividades disponíveis. O game é grátis e está disponível para o sistema iOS na Apple Store.

Nossas fontes:

Jorge Proença, diretor do Singol.

Luciana Barros de Almeida, presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP).

Silvia Sá, psicóloga e gerente de educação do Instituto Akatu.

FONTE: Artigo desenvolvido pelo projeto Na Mochila, que em parceria com as escolas oferece uma revista por bimestre aos pais de alunos do ensino Infantil e Fundamental I. Conheça o site da Na Mochila clicando aqui.

Publicado em:Universo pedagógico

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