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15 atividades para ensinar Proclamação da República 

Em resumo:

  • Entender a Proclamação da República ajuda a trabalhar o tema de forma crítica e significativa em todas as etapas de ensino;
  • Atividades diferenciadas para Educação Infantil, Fundamental e Médio tornam o aprendizado mais contextualizado e estimulam o pensamento histórico;
  • Trabalhar essa data na escola fortalece a compreensão sobre democracia, cidadania e a relação entre passado e presente.

Assim como qualquer outra data comemorativa, o 15 de novembro traz a oportunidade de trabalhar atividades sobre a Proclamação da República dentro da sala de aula. 

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Apesar da abordagem tradicional — muitas vezes resumida a fatos e nomes —, gestores e educadores têm hoje a chance de fazer diferente.

Em vez de repetir explicações simplificadas, este pode ser o momento de apresentar o contexto histórico da proclamação da república de forma mais significativa para cada etapa de ensino, com propostas que ajudem os estudantes a entender o impacto desse marco na construção do Brasil republicano.

Por isso, ensinar a Proclamação da República pode ser muito mais do que explicar a queda do Império — é uma oportunidade de trazer reflexão, pensamento crítico e consciência histórica.

Neste artigo, você verá como trabalhar o tema de forma crítica, alinhada à BNCC e adaptada a cada etapa de ensino, além de orientações para tornar o aprendizado mais participativo, crítico e conectado com a realidade dos alunos.

Confira os tópicos que vamos abordar:

  • Qual é a história do dia 15 de novembro?
  • O que diz a BNCC sobre a proclamação da república?
  • O que trabalhar na Educação Infantil sobre a Proclamação da República?
  • O que trabalhar no Ensino Fundamental sobre a Proclamação da República?
  • O que trabalhar no Ensino Médio sobre a Proclamação da República?
imagem histórica da proclamação da república
“Proclamação da República”, 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto 

Qual é a história do dia 15 de novembro?

A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, encerrou o período monárquico no Brasil e deu início ao regime republicano. O movimento foi articulado principalmente por:

  • Setores do Exército, insatisfeitos com o Império;
  • Elite agrária, que defendia maior autonomia política e econômica;
  • Grupos urbanos, influenciados por ideias republicanas e positivistas.

Apesar disso, o episódio está longe de ter sido um grande movimento popular — e esse é um ponto essencial para o trabalho pedagógico. 

Por décadas, os materiais didáticos apresentaram uma versão simplificada e heroica sobre a Proclamação da República, destacando:

  • a ideia de um ato pacífico e inevitável;
  • personagens elevados ao papel de heróis da pátria;
  • a ausência de conflitos ou disputas políticas.

No entanto, pesquisas históricas atuais evidenciam que houve tensões, interesses econômicos e pouca participação da população, o que torna o processo muito mais complexo do que a narrativa tradicional sugere.

Por que isso importa para a escola?

Compreender esses elementos é fundamental, porque permite que educadores façam uma mediação crítica do conteúdo, conectem causas e consequências da mudança de regime e apresentem o fato histórico sem ufanismos ou simplificações. 

Em outras palavras, essa base crítica é o ponto de partida para desenvolver atividades sobre a Proclamação da República que realmente façam sentido para cada etapa de ensino.

O que diz a BNCC sobre a proclamação da república?

Trabalhar a Proclamação da República na escola não é apenas uma questão de tradição — é um conteúdo previsto na BNCC e essencial para desenvolver competências relacionadas ao pensamento histórico, à cidadania e à compreensão crítica do Brasil. 

Embora o documento não cite a data diretamente, ele orienta que os estudantes analisem processos de transformação política, identifiquem agentes sociais envolvidos e reflitam sobre rupturas e permanências ao longo da história.

De maneira transversal, a BNCC propõe que o ensino de História deve possibilitar que os estudantes:

  • Compreendam os diferentes modos de organização política ao longo do tempo;
  • Identifiquem os interesses e conflitos que estruturaram mudanças no Brasil;
  • Analisem criticamente narrativas tradicionais e versões idealizadas dos fatos;
  • Desenvolvam habilidades de argumentação, contextualização e interpretação de fontes.

Essas competências se conectam diretamente ao estudo da Proclamação da República, já que o episódio envolve:

  1. a transição entre monarquia e república;
  2. a atuação de grupos militares, políticos e econômicos;
  3. a ausência de participação popular no processo;
  4. as consequências do novo regime para a sociedade brasileira.

O que trabalhar na Educação Infantil sobre a Proclamação da República?

Na Educação Infantil, o objetivo não é ensinar datas, personagens ou eventos complexos. O foco deve estar em introduzir noções de pertencimento, símbolos nacionais e organização social, sempre de forma lúdica e adequada à faixa etária.

Por isso, ao trabalhar a Proclamação da República com crianças pequenas, vale transformar o tema em experiências sensoriais, artísticas e narrativas que despertem curiosidade — sem entrar em conteúdos históricos aprofundados.

professor ensinando sobre a proclamação da república para crianças em sala de aula

A seguir, separamos cinco propostas que ajudam a contextualizar o tema de forma leve e significativa:

1. Oficina de cores da bandeira do Brasil

Objetivo: apresentar símbolos nacionais de maneira sensorial.

Como fazer: ofereça materiais como tinta, papéis coloridos, tecidos e texturas para que as crianças criem sua própria bandeira.

Por que funciona: trabalha coordenação motora, cores, formas e introduz o conceito de símbolo nacional.

2. Contação de história com fantoches: “O Brasil mudou a forma de governo”

Objetivo: mostrar, de forma simplificada, que o país passou por transformações.

Como fazer: conte uma história metafórica, como a mudança de liderança em uma “cidade imaginária”, usando personagens divertidos. 

Por que funciona: facilita a compreensão de mudança, liderança e comunidade sem entrar em complexidades históricas.

3. Atividade de colagem: “Quem trabalha na nossa comunidade?”

Objetivo: introduzir a ideia de diferentes papéis sociais.

Como fazer: monte um mural com figuras de professores, moradores, profissionais e personagens de “proteção” (como soldados ou guardas).

Por que funciona: cria uma ponte para explicar que, assim como hoje, antigamente também existiam grupos que tomavam decisões.

4. Jogo “Descobrindo símbolos”

Objetivo: familiarizar as crianças com elementos da cultura brasileira.

Como fazer: use cartões com imagens como a bandeira, o brasão, o hino, animais brasileiros e pontos turísticos.

Por que funciona: traz o tema de forma leve, ampliando repertório cultural e visual.

5. Desenho livre: “Como é o Brasil que eu vejo?”

Objetivo: estimular a expressão e a percepção do mundo.

Como fazer: proponha um desenho que represente o país segundo a visão das crianças (paisagens, pessoas, cores, escolas).

Por que funciona: possibilita conversas iniciais sobre diversidade, identidade e pertencimento.

O que trabalhar no Ensino Fundamental sobre a Proclamação da República?

Nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, os estudantes já possuem maior capacidade de reconhecer causa e consequência, compreender conflitos e analisar diferentes pontos de vista. 

Por isso, as atividades sobre a Proclamação da República para esta etapa podem aprofundar o contexto histórico sem perder a linguagem acessível.

Aqui estão cinco ideias adaptadas para diferentes níveis do Fundamental, contemplando análise, leitura crítica e participação ativa:

1. Linha do Tempo Colaborativa (anos iniciais e finais)

Objetivo: compreender a sequência dos fatos e identificar causas e consequências.

Como fazer:

  • Faça uma linha do tempo coletiva na lousa ou em papel kraft;
  • Inclua o contexto pré-proclamação, o 15 de novembro e os primeiros anos da República;
  • Proponha que os alunos acrescentem imagens, textos ou ícones que representem cada marco.

2. Mitos e Verdades sobre a Proclamação da República (anos finais)

Objetivo: desenvolver pensamento crítico e identificar simplificações históricas.

Como fazer:

  • Apresente afirmações comuns em livros tradicionais (ex.: “Foi um ato pacífico”, “O povo participou”);
  • Os alunos pesquisam e discutem se são mitos ou verdades;
  • Finalize com um painel explicativo construído pela turma.

3. Análise de Fontes Históricas (anos finais)

Objetivo: introduzir o uso de documentos como ferramenta de investigação histórica.

Como fazer:

  • Ofereça trechos de jornais da época, charges e cartas;
  • Oriente perguntas como: Quem escreveu? Para quem? Com qual intenção?;
  • A atividade pode virar um pequeno relatório ou apresentação oral.

4. Jogo de Perguntas e Respostas “República em Debate” (anos iniciais e finais)

Objetivo: revisar conteúdos de forma lúdica e estimular a participação.

Como fazer:

  • Crie cartas com perguntas de níveis variados (fatos, personagens, causas, consequências);
  • A turma pode jogar em equipes;
  • A pontuação pode ser convertida em “selos da República”.

5. Projeto Interdisciplinar: “Quem ficou de fora da República?” (anos finais)

Objetivo: entender desigualdades e exclusões do período.

Como fazer:

  • Divida a turma em grupos para pesquisar diferentes segmentos da sociedade: povo pobre, mulheres, negros, elite agrária, militares;
  • Cada grupo apresenta como aquele grupo vivia antes e depois da Proclamação;
  • Finalize com uma roda de conversa sobre quem ganhou e quem perdeu com o novo regime.

O que trabalhar no Ensino Médio sobre a Proclamação da República?

No Ensino Médio, os estudantes já possuem maturidade intelectual para analisar processos históricos de forma crítica, relacionando-os a disputas políticas, estruturas de poder e permanências sociais. 

Por isso, as atividades sobre a Proclamação da República podem (e devem) ir além da narrativa tradicional dos livros didáticos.

O foco, aqui, é trazer leitura crítica, conectar passado e presente e estimular debates fundamentados — competências alinhadas às habilidades gerais da BNCC para o Ensino Médio, como argumentação, análise de fontes e compreensão de fenômenos históricos complexos.

A seguir, veja cinco propostas que aprofundam o conteúdo e conectam a Proclamação da República a desafios contemporâneos.

Quadro de Henrique Bernadelli retratando o Marcehal Deodoro da Fonseca.
Quadro de Henrique Bernadelli retratando o Marcehal Deodoro da Fonseca.

1. Debate Regrado: “República para quem?”

Objetivo: desenvolver argumentação e leitura crítica do período republicano.

Como fazer:

  • Divida a turma em grupos que representem diferentes setores sociais (militares, elite agrária, trabalhadores urbanos, população negra, mulheres, indígenas);
  • Cada grupo expõe como foi afetado pela transição do Império para a República;
  • Encerre com um debate regrado, mediado pelo professor.

2. Análise de Charges Políticas sobre o tema

Objetivo: interpretar símbolos e críticas presentes na imprensa do final do século XIX.

Como fazer:

  • Selecione charges sobre o tema;
  • Peça que identifiquem metáforas, ironias e intenções do autor;
  • A turma pode produzir novas charges comparando passado e presente.

3. Leitura Guiada + Resenha da obra “1889”

Objetivo: aprofundar a compreensão histórica da Proclamação da República a partir de uma obra de divulgação científica reconhecida.

Como fazer:

  • Proponha trechos selecionados do livro 1889, que traz uma visão crítica e acessível sobre o episódio e suas contradições.
  • Sugira duas possibilidades de atividade:
    a) Resenha crítica:
    • Os alunos analisam capítulos específicos e escrevem uma resenha relacionando a narrativa do autor aos conteúdos estudados em aula.

b) Círculo de debate:

  • Marque uma aula para discutir:
    • interesses por trás da República;
    • o papel de Deodoro da Fonseca;
    • as tensões políticas omitidas pela narrativa tradicional;
    • permanências sociais e políticas pós-1889.

4. Oficina de Fontes Históricas Avançadas

Objetivo: trabalhar com documentos mais complexos.

Como fazer:

  • Utilize trechos de discursos, manifestos republicanos e decretos da época;
  • Proponha perguntas orientadoras:
    • Qual era a intenção do autor?
    • Que grupos são representados ou silenciados?
    • Que visão de República se tenta construir?
  • A atividade pode resultar em uma mini-análise historiográfica.

5. Produção Multimídia: “15 de Novembro — versões da história”

Objetivo: estimular leitura crítica e produção autoral.

Como fazer:

  • Os alunos criam vídeos curtos, podcasts ou minidocumentários apresentando versões diferentes da Proclamação da República.
  • Sugira que incluam:
    • contexto político;
    • disputas de interesse;
    • personagens pouco mencionados;
    • análise do que mudou (ou não) após 1889.
  • O material pode ser publicado no ambiente virtual da escola.

Como vimos, trabalhar atividades sobre a Proclamação da República nas diferentes etapas de ensino, é uma oportunidade de formar estudantes capazes de interpretar o passado de maneira crítica e contextualizada.

Mais do que ensinar “o que aconteceu” em 1889, o papel da escola é ajudar o aluno a entender por que aquele evento importa hoje — e como ele influenciou a formação política e social do Brasil contemporâneo. 

Quando bem planejadas, intencionais e alinhadas ao projeto pedagógico da instituição, as ideias de atividade para a Proclamação da República tornam-se uma poderosa ferramenta para transformar conhecimento histórico em reflexão, consciência democrática e participação cidadã.

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