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10 atividades para repensar a abolição da escravatura

Historicamente, o dia 13 de maio de 1888 foi um marco que separou os tempos. Neste dia, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que marcou a abolição da escravatura no Brasil.

Todos nos lembramos de estudar esse dia na escola. A figura da princesa como uma heroína, a mudança de vida para os negros, a tão sonhada liberdade. Quando crescemos, basta observar a realidade social para perceber que não foi bem assim que aconteceu. 

Como professor ou gestor, você tem a oportunidade de fazer diferente incentivando os alunos a olharem para a princesa Isabel e para abolição da escravatura de uma forma crítica, levando-os a refletir sobre o processo histórico e suas implicações na sociedade atual.

Por isso, o objetivo desse artigo é oferecer ferramentas para uma compreensão básica dos alunos sobre o contexto da abolição, ensinando sobre a importância desse marco histórico para a formação da sociedade brasileira, estimulando a reflexão crítica, o respeito e a empatia pela diversidade entre as crianças. 

Continue a leitura e entenda mais sobre o tema, além de dicas de atividade abolição da escravatura para fazer em sala de aula​. 

Neste artigo você vai ver: 

  • O que aconteceu no dia 13 de maio de 1888?
  • O que foi o 13 de maio de 1888?
  • Porque os negros não comemoram o 13 de maio?
  • 10 atividades para repensar a abolição
Imagem histórica com princesa Isabel e outros integrantes do Império para representar a abolição da escravatura.

O que aconteceu no dia 13 de maio de 1888?

No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, encerrando oficialmente o regime de escravidão no Brasil. Esse ato é lembrado como o marco da abolição da escravatura, pondo fim a um período de exploração dos negros que perdurou por séculos.

Entretanto, a abolição da escravatura foi o resultado de longas lutas e mobilizações sociais – e não trouxe, de imediato, políticas de integração efetiva para os ex-escravizados. 

Assim, o fim da escravidão também inaugurou um período de exclusão social e econômica que ainda impacta a população negra até os dias hoje.

Para os professores, essa data vai muito além do ato simbólico da assinatura da Lei Áurea. Ela é uma oportunidade para repensar a narrativa tradicional que enaltece a figura da princesa Isabel de forma isolada

Em sala de aula, é possível instigar os alunos a analisar criticamente o contexto histórico da abolição, refletir sobre as contradições desse processo e compreender as consequências para a sociedade, incluindo os impactos no mercado de trabalho e na cidadania.

O que foi o 13 de maio de 1888?

Como vimos, o  13 de maio de 1888 vai muito além da assinatura da Lei Áurea. Não se trata de um ato de “bondade” do Império ou de uma ação heroica de uma única figura, mas sim do resultado da resistência dos escravizados e da mobilização popular que pressionou o governo a repensar a manutenção da escravidão.

Ao longo dos anos, a campanha abolicionista cresceu e ganhou força, mostrando que a mudança só seria possível com a união de todos que lutavam por justiça e igualdade. 

Essa pressão coletiva desafiou a narrativa tradicional e revelou que a abolição foi fruto de uma batalha de resistência e não de um gesto espontâneo de bondade do império da época.

Principais causas da abolição:

  • Resistência dos escravizados: a luta diária dos próprios escravizados, através de fugas, revoltas e a criação de comunidades autônomas, foi fundamental para demonstrar o desejo de liberdade.
  • Mobilização popular: intelectuais, líderes religiosos, políticos e a sociedade civil se uniram em movimentos abolicionistas, pressionando o Império a agir.
  • Transformações econômicas e sociais: as mudanças no cenário econômico e as pressões por modernização mostravam que a escravidão já não era sustentável no novo contexto do país.
  • Influência internacional: a pressão de uma comunidade global que já havia abolido a escravidão também contribuiu para que o Brasil se alinhasse a esses padrões de direitos humanos.

Principais consequências:

  • Exclusão social e econômica: a abolição não foi acompanhada por políticas de integração, o que deixou muitos negros à margem da sociedade.
  • Desafios no mercado de trabalho: a libertação dos escravizados não garantiu acesso imediato a oportunidades profissionais, perpetuando desigualdades que ainda podem ser observadas hoje.
  • Reconfiguração das relações sociais: o fim da escravidão transformou a estrutura social brasileira, mas também deixou um legado de desigualdades que afeta a cidadania e a inclusão.

Essa análise crítica convida os professores a repensarem as narrativas tradicionais e a trazerem para sala de aula atividades sobre a abolição da escravatura que vão além do ato simbólico da assinatura da Lei Áurea. 

Ao planejar as aulas do dia 13 de maio, é importante considerar tópicos e contextos históricos que permitam aos alunos refletir sobre as causas, a mobilização popular e as consequências da abolição da escravatura. 

Seja em atividades abolição da escravatura educação infantil, fundamental ou médio, trazer exercícios que explorem a complexidade da escravidão e da abolição ajudará a formar um entendimento mais crítico e profundo do tema.

Porque os negros não comemoram o 13 de maio?

Embora o dia 13 de maio seja lembrado como o marco da abolição da escravatura, essa data não é celebrada pela comunidade negra da forma esperada. 

Como vimos, a assinatura da Lei Áurea não veio acompanhada de medidas eficazes de integração e reparação, deixando um legado de exclusão social e econômica com graves consequências na história. 

Mãos negras com correntes quebradas que representam a abolição da escravatura.

Em contrapartida, o dia 20 de novembro – que celebra a figura de Zumbi dos Palmares – simboliza o verdadeiro protagonismo negro e a resistência contra o domínio colonial. Essa data reforça a importância da luta dos quilombolas e a busca por igualdade e reconhecimento na sociedade.

Como destaca o historiador Philippe Arthur dos Reis, pesquisador da Unicamp, em entrevista à BBC News Brasil:

“Quando tratamos dessa questão de datas, o 13 de maio em contraponto ao 20 de novembro, estamos tratando intrinsecamente da questão do protagonismo. Para conferir protagonismo ao negro, se coloca a figura do quilombo dos Palmares e o processo de luta frente ao domínio colonial.”

Dessa forma, enquanto o 13 de maio muitas vezes é interpretado de maneira superficial como um ato isolado, o 20 de novembro oferece um espaço para uma reflexão crítica e profunda sobre a verdadeira emancipação e os desafios enfrentados pela população negra. 

Essa perspectiva é essencial para que os professores possam elaborar atividades sobre abolição da escravatura 4° ano, atividades sobre abolição da escravatura 8° ano, além da educação infantil – que abordem a complexidade histórica e social desse processo.

10 atividades para repensar a abolição

Ensinar sobre a abolição da escravatura exige uma abordagem crítica que vá além da narrativa heroica do Império e da princesa Isabel. 

Ao desenvolver atividades sobre abolição da escravatura 4° ano e atividades sobre abolição da escravatura 8° ano, os professores podem explorar as verdadeiras lutas populares contra a escravidão, refletir sobre as consequências históricas desse processo e e estimular o debate sobre as causas e consequências da escravidão no Brasil

A seguir, confira sugestões de atividade abolição da escravatura adaptadas para diferentes faixas etárias:

Atividades para os alunos menores

1 – Leitura e contação de histórias:

Selecione livros e histórias que explorem a vida dos escravizados e destaquem heróis como Zumbi dos Palmares, oferecendo uma perspectiva que valorize o protagonismo negro, principalmente em atividades abolição da escravatura educação infantil

2 – Atividades artísticas e culturais:

Proponha projetos de arte, como desenhos e colagens, que celebrem a cultura afro-brasileira. Atividades como uma roda de capoeira ou apresentações de dança podem tornar o aprendizado mais lúdico e inclusivo.

3 – Teatro com fantoches:

Utilize fantoches para contar histórias de resistência, mostrando a luta dos escravizados e desmistificando a figura da princesa Isabel como a única protagonista. Essa atividade é ideal para estimular a empatia e a compreensão histórica desde cedo.

4 – Jogos de tabuleiro e dinâmicas interativas:

Crie ou utilize jogos que abordem conceitos de liberdade, igualdade e justiça, permitindo que as crianças aprendam sobre a abolição da escravatura de forma divertida e colaborativa.

5 – Atividades sensoriais:

Integre músicas, danças e movimentos que permitam aos alunos experimentar a riqueza da cultura afro-brasileira, ensinando sobre o respeito às diferenças e o entendimento do valor da diversidade.

desenho de várias pessoas negras de perfil

Atividades para os alunos maiores

1 – Análise de fontes históricas:

Incentive os alunos a examinar jornais da época e reportagens atuais. Proponha perguntas que os façam pensar historicamente e identificar as marcas deixadas pela escravidão em nosso cotidiano. 

2 – Construção de jornais abolicionistas:

Peça que os estudantes criem um jornal fictício, assumindo o papel de integrantes do movimento abolicionista. Eles devem levantar os argumentos usados para defender a liberdade e questionar a narrativa heróica tradicional.

3 – Análise de letras de músicas:

Trabalhe com músicas como “Era Rei Eu Sou Escravo”, de Milton Nascimento, “Princesa Isabel” de Sérgio Reis e “Casebre de Palha”, de Matogrosso & Mathias, para que os alunos possam analisar as mudanças e permanências na história negra brasileira, refletindo sobre o legado da escravidão.

4 – Jogo Verdadeiro ou Falso:

Utilize jogos interativos com afirmações provocativas sobre o tema para estimular debates e reflexões. Por exemplo, o jogo “Verdadeiro ou Falso sobre a Abolição” disponibilizado pela plataforma do Nova Escola, pode ser um recurso excelente para inspirar a criação das questões. 

5 – Pesquisa sobre abolicionistas brasileiros:

Organize uma atividade de pesquisa na qual os alunos investiguem a trajetória dos abolicionistas, destacando tanto figuras consagradas quanto os abolicionistas negros que tiveram papel fundamental na luta pela liberdade.

Ao planejar atividades sobre a abolição da escravatura em sala de aula, é essencial que o professor esteja preparado para lidar com as complexidades do tema, garantindo um ambiente de aprendizado respeitoso e inclusivo

Por isso, lembre-se que criar um espaço seguro para que os alunos expressem suas percepções e dúvidas é fundamental para aprofundar a reflexão sobre a escravidão e suas consequências. 

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