Tão bom ganhar um abraço depois de um dia exaustivo de trabalho.
Ou ouvir palavras doces e de incentivo ao preparar um almoço comum durante a
semana. Pois é, todo mundo gosta de carinho. E com as crianças não é diferente!
Os pequenos também precisam se sentir amados e receber cafuné de vez em quando.
E os benefícios desse ato não são apenas momentâneos. Eles imprimem sua marca
na alma. “Crianças que vivem num ambiente cercado de carinho tendem a resolver
conflitos de forma mais pacífica e inteligente, por meio do diálogo e da
negociação”, destaca a psicóloga clínica comportamental Adriana Serrano. Veja,
a seguir, 10 motivos que vão transformar a sua percepção sobre as vantagens do
carinho em sua família.
1- Ensina
autoestima: aprendemos a gostar de nós
mesmos quando sentimos que alguém que amamos e admiramos também nos ama. Ser
carinhoso com seu filho irá dizer a ele que ele é bom, querido, amado. Porém, o
carinho deve ser dado de forma incondicional e não apenas quando ele tiver
feito algo que você valoriza. Carinho não é prêmio, é amor! E amor a gente não
sente pelo que o outro faz, mas sim pelo que o outro é.
2- É gostoso e faz
bem à saúde: carinho não é só bom para
quem recebe, mas para quem dá também. Quando sentimos amor pelos filhos, nosso
corpo aumenta a produção do hormônio ocitocina, responsável pela sensação de
prazer, segurança e bem-estar físico e emocional. Se seu filho for um bebê e
você estiver amamentando, o carinho, por meio da ocitocina, também faz a
produção de leite aumentar e fortalece os laços afetivos entre vocês para o
resto da vida.
3- Mostra como
cuidar das relações: ser um pai ou uma mãe
carinhoso(a) constitui um modelo para seu filho que ele irá levar para todas as
relações que fizer na vida, inclusive com os filhos que terá um dia. Nesse
sentido, não se trata apenas do carinho físico, mas também (e principalmente)
do uso carinhoso das suas palavras e atitudes em relação à criança. Não adianta
querer que o filho seja carinhoso com os amiguinhos e os familiares se ele não
tiver de quem copiar esse comportamento.
4- Deixa a vida
mais leve: quanto mais nos envolvemos com as
questões objetivas de nosso dia a dia, mais olhamos para nós mesmos e para os
outros ao redor com objetividade, como se fôssemos robôs. Chegar em casa e
cobrir um filho de beijos e abraços desperta a subjetividade de ambos e faz
todo mundo esquecer dos problemas lá de fora. Algo, aliás, extremamente
necessário nos dias atuais!
5- Desperta os
sentidos: a pele humana é formada por
inúmeras terminações nervosas que levam as mais diversas informações ao cérebro
sobre o ambiente externo. O carinho durante a infância ativa essas terminações
e faz com que a criança não só conheça melhor o seu corpo como também associe o
toque carinhoso com a sensação de prazer, segurança e amor.
6- Cria vínculo /
intimidade: conforme os filhos vão
crescendo, acabam se distanciando dos pais, num processo natural de autonomia e
descoberta da identidade. Se esses filhos foram crianças que receberam bastante
carinho durante a infância, tendem a se sentir à vontade para buscar o colo dos
pais nos momentos difíceis, o que os deixa mais confiantes e seguros para
conquistarem a independência. Quando o filho não sente intimidade com os pais,
vai se distanciando de forma prejudicial, podendo inclusive fazer com que o
adolescente busque referência e ajuda junto a amigos e pessoas
mal-intencionadas.
7- Traz segurança: todo mundo enfrenta situações difíceis na vida, e algumas
delas são extremamente necessárias para um bom desenvolvimento. No entanto,
receber o apoio e o carinho dos pais nesses momentos tensos, fortalece
sentimentos de esperança e segurança, fundamentais para a conquista da
resistência à frustração e do amadurecimento pessoal. Tem horas que tudo o que
precisamos é de um abraço, não é? Não para resolver o problema, mas para nos
dar a força necessária para que resolvamos por conta própria.
8- Aumenta o
respeito: quando o pai é carinhoso com
o filho, mostra que respeita suas necessidades emocionais e o ama acima de
tudo. Com isso, na hora de colocar limites, vai ser mais respeitado e menos
visto como um tirano. Isso porque o filho, sabendo que o pai considera e
entende seus sentimentos, tende a aceitar a própria vulnerabilidade e confiar
na lição que lhe está sendo ensinada.
9- Gera amor pela
vida: um pai carinhoso, em geral, não é apenas uma pessoa que
tem facilidade em acariciar os outros. É alguém que se importa. E quem se
importa, não se importa apenas com pessoas, mas com as plantas, os animais, o
meio ambiente...Portanto, ser carinhoso com o filho é servir de inspiração para
que ele se importe, real e verdadeiramente, com o seu papel dentro do mundo
onde vive. Um antídoto contra o egoísmo.
10- Começa uma
corrente do bem: da mesma forma que a
agressividade vai crescendo e se multiplicando ao ser passada de uma pessoa
para outra, o carinho também pode ter o mesmo efeito. Crianças que vivem num
ambiente cercado de carinho tendem a resolver conflitos de forma mais pacífica
e inteligente, por meio do diálogo e da negociação. Também se incomodam mais com
brigas em seu ambiente social, buscando ajudar os outros a se reconciliarem de
forma respeitosa.
Não ultrapasse a
linha do bom-senso!
Já está claro que carinho é bom demais, não é? Mas demais não é
bom! Sim, quando se ultrapassa a limite do tolerável, pode-se estar criando o
efeito contrário. A psicóloga Adriana Serrano alerta: “Carinho demais também é
prejudicial, porque sufoca a criança, faz com que ela se sinta responsável
pelos pais (como se a criança tivesse que cuidar deles) e se torna um fardo”. Portanto,
entenda que o equilíbrio é sempre a melhor escolha. “Via de regra, o ideal é
dar carinho nos momentos de lazer e ter uma atitude carinhosa em todos os
momentos, mesmo nas broncas”, salienta Adriana. E não se culpe se não conseguir
expressar seu carinho de forma tão direta! Há maneiras e maneiras de demonstrar
afeto, que vão desde ficar abraçadinha com a criança até se preocupar com o
desempenho na escola e alimentação. Seja autêntica e ame muito seu filho da
maneira como ele é!
Nossa fonte
Adriana Serrano, psicóloga clínica comportamental de Bauru (SP)
FONTE:
Artigo desenvolvido pelo projeto Na
Mochila, que em parceria com as escolas oferece uma revista por bimestre aos
pais de alunos do ensino Infantil e Fundamental I. Clique
aqui para saber mais sobre o projeto.