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Libras na educação básica: como ensinar e qual é a importância?

Em resumo:

  • A Língua Brasileira de Sinais é reconhecida por lei e garante a comunicação de alunos surdos. Quando inserida no ambiente escolar, promove inclusão, igualdade e empatia entre surdos e ouvintes.
  • Na educação básica, a Libras não é disciplina obrigatória para todos, mas alunos surdos têm direito a intérprete ou professor bilíngue.
  • As escolas podem adotar projetos para ampliar o contato de todos com a língua, como oficinas lúdicas, contação de histórias, músicas e atividades interdisciplinares.

Você já imaginou como seria estar em uma sala de aula sem entender o que o professor está dizendo? Para muitos estudantes surdos, essa é a realidade quando a Libras não está presente na escola.

É por isso que a inclusão de alunos surdos tem sido, cada vez mais, uma prioridade no Brasil, e a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a principal ferramenta para que isso ocorra. 

Entenda, a seguir, como a Libras pode ser trabalhada desde a educação infantil e veja formas para implementá-la no cotidiano escolar.

O que é Libras?

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um sistema linguístico que possibilita a comunicação das pessoas surdas no Brasil. 

Reconhecida oficialmente pela Lei nº 10.436/2002, ela possui sua própria gramática, estrutura e regras, o que significa que não é apenas uma tradução literal do português, mas sim uma língua completa e autônoma.

A comunicação em Libras se dá por meio de sinais realizados com as mãos, combinados com expressões faciais e movimentos corporais.

Esses elementos transmitem significados, sentimentos e intenções, permitindo a interação entre surdos e ouvintes.

Além de promover a inclusão social, Libras é também um instrumento de cidadania, já que garante às pessoas surdas o direito de se expressar e compreender o mundo.

Qual é a importância de Libras na escola?

Ao incluir a Libras no processo educacional, as escolas suprem as limitações auditivas dos alunos surdos, colocando-os em pé de igualdade ao restante da classe.

Além disso, quando a língua de sinais está inserida no ambiente escolar, a barreira da comunicação é quebrada, garantindo que o estudante participe das aulas, atividades e dinâmicas sem limitações.

A utilização da Libras na educação básica também contribui para a formação de uma comunidade escolar mais consciente em relação à diversidade.

Professores, gestores e alunos passam a compreender melhor as necessidades da comunidade surda e a desenvolver empatia.

Outro aspecto é o papel pedagógico. Quando a Libras é incorporada às práticas de ensino, os estudantes surdos não apenas acompanham as aulas, mas também constroem seu aprendizado.

Isso favorece o desempenho escolar e abre caminho para que esses alunos possam progredir em seus estudos, alcançar a universidade e conquistar espaço no mercado de trabalho.

É obrigatório ter aula de Libras na escola?

Nas escolas de educação básica, a Libras não é uma disciplina obrigatória para todos os alunos.

A legislação brasileira, por meio da Lei nº 10.436/2002 e do Decreto nº 5.626/2005, determina que crianças e jovens surdos têm o direito de estudar na sua língua natural, a Libras, e de contar com recursos que garantam o aprendizado em condições de igualdade.

Isso significa que a escola não precisa oferecer Libras como disciplina no currículo comum, mas deve garantir meios para que alunos surdos acompanhem as aulas.

No entanto, muitas escolas também adotam a Libras como atividade complementar ou projeto pedagógico, envolvendo toda a comunidade escolar.

Nesses casos, a língua de sinais é trabalhada para promover inclusão, fortalecer a convivência entre surdos e ouvintes e ampliar o conhecimento cultural de todos os estudantes.

É obrigatório ter intérprete de Libras nas escolas?

Sim. De acordo com a Lei nº 10.436/2002, regulamentada pelo Decreto nº 5.626/2005, estudantes surdos têm o direito de acessar o conteúdo escolar em Libras.

Isso pode ser garantido por meio de professores bilíngues ou pela presença de intérpretes de Libras nas escolas.

Dessa forma, quando não há professores habilitados para ministrar aulas diretamente em Libras, a escola deve disponibilizar intérpretes que façam a tradução entre Libras e Português, assegurando a inclusão.

Como ensinar Libras na educação básica?

Ensinar Libras na escola é um passo para a inclusão. Quando a comunidade escolar participa desse processo, é possível criar um ambiente de respeito para todos. 

A seguir, veja algumas formas práticas de inserir a Libras no cotidiano escolar.

Oficinas e atividades lúdicas

Uma forma eficaz de introduzir Libras na escola é por meio de oficinas e atividades lúdicas

Jogos de associação de sinais com imagens e dinâmicas de grupo tornam o aprendizado envolvente às crianças. 

Essas práticas permitem que os alunos tenham contato com sinais básicos, como os relacionados a cores, números, animais e objetos do dia a dia.

Por exemplo, em uma brincadeira de “bingo de sinais”, em vez de números, as cartelas trazem ilustrações que correspondem a sinais, ajudando na memorização dos formatos.

Essa metodologia incentiva o interesse dos estudantes ouvintes e fortalece a comunicação entre eles e colegas surdos.

Contação de histórias em Libras

A contação de histórias é outro recurso pedagógico. Professores podem utilizar livros infantis traduzidos para Libras, vídeos com intérpretes ou até convidar profissionais fluentes na língua para apresentar narrativas aos alunos. 

Essa prática, além de promover a compreensão da Libras, também valoriza a cultura surda e amplia o repertório da turma.

Os estudantes podem participar ativamente, encenando trechos das histórias ou repetindo os sinais aprendidos. 

Além disso, trabalhar com histórias em Libras mostra às crianças que a comunicação pode se dar de diferentes formas, incentivando a empatia e o respeito às diferenças linguísticas.

Música e Libras

Integrar música com Libras é uma estratégia criativa que une linguagem, ritmo e expressão corporal. 

Os professores podem ensinar sinais relacionados a canções infantis e propor apresentações em que as crianças cantem e sinalizem simultaneamente. 

As músicas podem ser simples, como cantigas de roda ou hinos escolares, facilitando a aprendizagem dos sinais básicos. 

Esse tipo de prática também abre espaço para que alunos ouvintes e surdos participem juntos de atividades culturais.

Projetos interdisciplinares

Outro meio de inserir Libras na educação básica é por meio de projetos interdisciplinares. Professores de diferentes áreas podem trabalhar em conjunto, incluindo sinais básicos em suas aulas. 

Por exemplo, em Ciências, os sinais relacionados a animais e corpo humano podem ser ensinados; em Matemática, sinais de números e operações.

Essa abordagem reforça a ideia de que Libras não é um conteúdo isolado, mas parte integrante da comunicação e do conhecimento. 

Com isso, alunos surdos se sentem mais incluídos, e ouvintes passam a enxergar a Libras como uma habilidade útil em diferentes contextos.

Por que é importante incluir Libras na educação infantil?

Embora não seja obrigatório ensinar Libras na educação infantil, sua inclusão pode trazer benefícios para o desenvolvimento das crianças, sejam elas surdas ou ouvintes. 

Para crianças surdas, ter contato com Libras logo nos primeiros anos é necessário para garantir o acesso à linguagem e, consequentemente, ao aprendizado. 

A língua de sinais funciona como base para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, permitindo que elas se comuniquem de maneira plena e participem das atividades junto aos colegas. 

Já para as crianças ouvintes, aprender Libras desde cedo fortalece a empatia, o respeito à diversidade e o senso de inclusão. 

Elas passam a compreender que existem diferentes formas de comunicação e aprendem a interagir com colegas surdos de forma natural.

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