Refluxo: mais simples do que parece

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O tema é recorrente e as dúvidas também, especialmente para cuidadores e pais. Quem já não se assustou ao ver o bebê devolvendo parte do leite após a mamada? No entanto, esse episódio normalmente é a regurgitação, também conhecida por refluxo fisiológico, que ocorre em cerca de 50% dos bebês e não interfere no seu desenvolvimento. Não é alvo de preocupação, muito menos motivo para trocar o leite por outro, que não seja o da mãe. É melhor regurgitar do que perder as propriedades desse alimento, essencial ao bem-estar do bebê.

Para crianças que não mamam no peito, o leite engrossado com mingau pode diminuir a regurgitação, no entanto, é preciso saber qual a recomendação do pediatra para processar o alimento na medida certa.

Mas, por que a regurgitação acontece? É porque a válvula entre o esôfago e o estômago (a esfíncter esofagiano) ainda está em desenvolvimento. Mais tarde, entre os seis meses e um ano, quando o alimento passar, ela fechará, segurando o seu retorno. Outro motivo que causa a regurgitação é quando o pequeno mama demais e preenche todo estômago.

Em 80% dos casos, o refluxo tende a regredir a partir dos seis meses de vida, quando a criança começa a ter contato com os alimentos sólidos e, também, sua postura corporal torna-se mais ereta.

Você, que cuida dos pequenos, pode ajudá-los a vivenciar esse processo de maneira mais tranquila. Por exemplo, depois de o bebê mamar, continue com ele no colo por cerca de 15 minutos para que possa arrotar, mantendo o tronco na vertical num ângulo superior a 30°. Cuide para que ele fique calmo e não faça muitos movimentos.

Quando for colocá-lo no berço ou no carrinho, não o deixe totalmente na posição horizontal. Eleve um pouco a cabeça para que, caso o leite volte, não o sufoque. Utilize uma rampa antirrefluxo que pode garantir ao bebê um sono de qualidade.

Depois dos seis meses de vida, vale observar se os episódios de vômitos e regurgitações diminuem. Caso permaneçam ou aumentem, a criança pode apresentar um quadro de refluxo gastroesofágico. Mas, é importante estar atento a outros sintomas como perda de peso, irritabilidade, choro persistente, dificuldade para dormir, recusa de alimentos ou complicações relacionadas ao nariz, ouvido, seios da face e garganta.

No caso do diagnóstico positivo, é preciso tomar alguns cuidados: fracionar a alimentação, administrar uma quantidade menor de alimento por vez, evitar gorduras, frituras, chocolate, sucos cítricos (ácidos), iogurtes, dentre outros. Sobretudo, seguir as recomendações médicas.

 

Para saber mais sobre desenvolvimento da criança na Primeira Infância, acesse o Blog do Desenvolvimento Infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal