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Saber como será o futuro de seus filhos, a carreira que eles vão escolher, se terão sorte ou sucesso na vida são coisas que não podemos prever. Porém, o que muitos pais vêm fazendo é poupar mensalmente pequenas quantias que vão garantir uma tranquilidade financeira para a família na época da faculdade, na compra do primeiro automóvel ou mesmo se surgir uma possibilidade de estudo no exterior.


Especialistas em finanças garantem que quanto mais cedo os pais começarem a fazer aportes mensais, melhor. Porém, é importante conhecer os diversos tipos de investimentos para escolher aquele que melhor se encaixe em sua condição financeira atual. “Os tipos de investimentos precisam ser associados com objetivos claros e, principalmente, com o tempo de aplicação. Pais que começam cedo podem escolher aplicações cujos retornos de longo prazo sejam maiores, muito embora esses investimentos sejam mais arrojados se comparados à tradicional renda fixa. Ao mesmo tempo, é importante dar atenção para o poder de compra. Ou seja, é fundamental preocupar-se em investir de forma a aumentar o patrimônio, mas também proteger esse capital da inflação, o que significa corrigir os aportes realizados ano a ano e escolher ativos capazes de vencer a variação da inflação (como os títulos públicos NTN-B e fundos de inflação)”, explica Conrado Navarro, da Dinheirama.

Outro detalhe importante é quanto ao tempo que você tem para investir até que seu filho complete 18 anos, por exemplo. A revista NA MOCHILA pesquisou com especialistas e preparou este guia para ajudar você a fazer a melhor escolha, de acordo com a idade dos pimpolhos e com o seu perfil de investidor. “O importante no planejamento dos investimentos pensando nos filhos é determinar um prazo e respeitar a meta imposta. O tempo é o maior aliado de quem investe desde cedo, o que permite aportes menores e resultados expressivos”, completa Conrado.


Entre 0 e  4 anos

Quando os filhos estão nos primeiros anos de vida, há uma vantagem ainda maior, pois você consegue fazer um planejamento financeiro e poupar pequenas quantias mensais. Pode ainda fazer investimentos de maior risco, como em ações e bolsas de valores. “Como o horizonte de investimento é bem longo, sugiro aos pais a “presentearem” seus filhos com ações e também com investimentos regulares em fundos de previdência privada específicos para este público”, diz Conrado. Para o segundo caso, uma ressalva importante: como o investimento é de longo prazo, é melhor optar por fundos mistos inteligentes, ou seja, que tenham até 49% do capital em ações e que aloquem o patrimônio de acordo com o prazo até o resgate – a exposição ao risco será maior no início (mais arrojado e em ações), mas assim que a data de resgate se aproxima, a exposição ao risco diminui (o dinheiro vai para a renda fixa).


Investir em ações também é uma estratégia defendida por Carolina Paiffer, da Paiffer Investimentos. “Alguém que tenha investido em ações da Ambev nos últimos 10 anos teve uma rentabilidade de 1.300%, enquanto a poupança rendeu 124% no mesmo período”, explica Carolina. Ela sugere fundos de investimento que compõem ações de empresas de capital aberto e Títulos do Governo (renda fixa).  Esse investimento é feito diretamente com corretoras de valores. Para abrir o cadastro é simples, necessita apenas a apresentação de documentos pessoais e uma conta em banco no nome da criança. “Com aportes mensais de R$ 30,00, em 15 anos é possível ter um total de R$ 209.000,00 (com base em um crescimento médio de 3% ao mês)”, garante Carolina.  





Entre 5 e 10 anos

Nesta fase, o investimento em fundos multisetoriais, misturados com renda fixa, também são indicados. Há também a possibilidade de investir em fundos de previdência privada para jovens, desde que o tempo de investimento seja maior que 10 anos, para valer à pena. Apesar de o rendimento não ter o melhor retorno, ele é seguro e fácil de planejar, pois os planos permitem fazer depósitos mensais programados e aplicações esporádicas, de acordo com a disponibilidade do dinheiro. Tem como vantagem o fato de pagar uma alíquota menor de imposto de renda. A desvantagem é que se o dinheiro for retirado antes de oito anos, pode haver prejuízo.

O executivo da Dinheirama sugere fundos multimercado, fundos de índice (ETF) e títulos públicos indexados à inflação (NTN-B) como boas alternativas para compor o patrimônio sem tanto risco e, ao mesmo tempo, de forma diversificada.


Entre 11 e 13 anos

“Com um horizonte de médio prazo, deve-se diminuir a exposição ao risco e aproveitar melhor produtos como os títulos públicos, fundos imobiliários e fundos de inflação”, sugere Conrado.

Investir em fundos imobiliários também é a opção defendida pela Paiffer Investimentos nesta fase. “Eles acabam tendo um rendimento maior que a Renda Fixa em geral, sem correr tantos riscos como a Bolsa de Valores”, explica Carolina Paiffer.

Um fundo imobiliário nada mais é que comprar cotas de empreendimentos. Ao invés de comprar um apartamento, por exemplo, você compra um pedaço do prédio inteiro. O ganho está atrelado ao aluguel do imóvel e a sua valorização. “As cotas são negociadas em Bolsa de Valores, então é possível resgatar a qualquer momento. Nos últimos 12 meses alguns fundos valorizaram de 26% (os mais conservadores) até 84% (os mais arrojados)”, diz Carolina.



Entre 14 e 18 anos

Conrado explica que entre curto e médio prazo, a regra é alocar os recursos em aplicações seguras e capazes de garantir o poder de compra (vencer a inflação). “Neste sentido, destaco os títulos públicos, em especial a NTN-B (atrelada à inflação) e também fundos de renda fixa com taxas de administração de no máximo 1% ao ano. A caderneta de poupança não deve ser usada se o horizonte de aplicação for superior a seis meses, já que as opções anteriormente citadas neste item são melhores sob o ponto de vista da rentabilidade e com risco semelhante”.

Quanto menor o tempo para investir, a sugestão é arriscar em menor proporção em ações (20%) e direcionar os investimentos para renda fixa: fundos DI, de renda fixa ou títulos do governo. Porém, como são poucos meses para poupar, os aportes mensais serão maiores. O ideal é estipular uma meta (ex: R$ 100 mil) e ter bastante disciplina. “Uma pessoa que tem 36 meses para investir, e faz a opção por títulos do Tesouro, por exemplo, terá que fazer aportes mensais de 425,00 aproximadamente para alcançar R$ 100 mil, levando em conta Títulos do Governo atrelados à inflação. No caso de títulos pré-fixados, o valor precisa ser ainda maior, pois a taxa de juros está baixa e com tendência de queda”, explica Carolina.



Entrevistados

Carolina Paiffer, economista e diretora na Paiffer Investimentos

Conrado Navarro, sócio-diretor da Dinheirama, empresa de Educação Financeira

 

Fonte: Artigo desenvolvido pelo projeto NA MOCHILA, que em parceria com as escolas oferece uma revista por bimestre aos pais de alunos do ensino Infantil e Fundamental I. Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.