Os Riscos da Tecnologia na Infância: Como Controlar?

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É praticamente impossível manter uma criança totalmente isolada da tecnologia, uma vez que ela nasceu na era digital, e esse contato será inevitável mais cedo ou mais tarde. No entanto, é necessário que os pais fiquem atentos em manter o equilíbrio e controle sobre o conteúdo acessado, além da quantidade de tempo em que a criança passa utilizando aparelhos eletrônicos.


O uso de tecnologia pelas crianças não é novidade. Uma pesquisa divulgada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), em 2016, apontou que 82% das crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos são usuários de internet, totalizando 24,3 milhões de crianças em todo o Brasil. Apesar de a pesquisa relacionar apenas as crianças a partir dos 9 anos, os pequenos não ficam de fora, e o contato com a tecnologia acontece bem antes dessa idade, inclusive, em diversos casos ocorre até mesmo na primeira infância. A academia Americana de Pediatria afirmou que o primeiro contato com o universo digital está permitido a partir dos 18 meses, desde que com supervisão e participação ativa dos pais.

Tornou-se muito comum que os pais ofereçam aparelhos como tablets ou smartphones para causar bom comportamento nos filhos. Essa prática pode ser altamente prejudicial para o desenvolvimento da criança em diversos aspectos. Dentre eles, podemos destacar:


Sedentarismo

Ao utilizar aparelhos eletrônicos, as crianças podem deixar de brincar, prática que é fundamental para o desenvolvimento da criança para que desenvolva motricidade, a linguagem e a criatividade. Além disso, o uso da tecnologia pelos pequenos pode causar sedentarismo: as crianças ficam apenas em posição de descanso e não realizam praticamente nenhuma atividade física, desenvolvendo assim hábitos sedentários e aumentando os riscos de obesidade infantil.


 Distúrbios do sono

A luz azul produzida por aparelhos eletrônicos pode causar insônia ou ainda problemas na qualidade de sono, isso acontece porque o cérebro produz menos melatonina, que é o principal hormônio responsável por ajudar a pegar no sono durante a noite. Por consequência, a má qualidade de sono pode gerar irritabilidade, afetar no desempenho escolar e desencadear mau comportamento.


Exposição a desconhecidos e conteúdos impróprios

A internet sem o controle dos pais pode se tornar um ambiente altamente perigoso, uma vez que há o risco das crianças serem expostas a todo tipo de conteúdo e pessoas com intenções desconhecidas e possivelmente mal intencionadas. Sem supervisão, não há como saber o que o pode ser encontrado pelo caminho virtual, e são inúmeras possibilidades: pornografia, violência, pedofilia, apologia ao uso de drogas e etc. Esse tema merece atenção, uma vez que exposta ao conteúdo errado, a criança pode passar por um impacto psicológico ou até mesmo um trauma. 


E afinal, como controlar?

É preciso organizar e racionar o tempo de utilização dos aparelhos. O tempo máximo de uso de tela recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para crianças acimas de 6 anos e adolescentes é de duas horas. Cabe aos pais decidirem, mas é importante que a escolha seja feita com cuidado, visando não apenas o bem-estar momentâneo, mas também o futuro.


Estabelecer regras e orientar

A quantidade de tempo em que as crianças passam na internet deve ser pré estabelecida pelos responsáveis, sendo muito importante que as regras sejam claras. Além disso, a forma de utilização também deve ser orientada, os pequenos precisam entender que eles não devem acessar qualquer tipo de conteúdo. Por isso é fundamental que os pais estejam presentes e realizem a supervisão das atividades, e para auxiliar nesse processo, existem aplicativos que restringem o acesso a conteúdos inadequados.


Dar o exemplo

As crianças aprendem de diversas formas, e uma delas é através da observação. De nada adianta impor limite aos filhos se os próprios pais não tem controle de quanto tempo passam utilizando aparelhos eletrônicos. 


Criar alternativas

É de extrema importância que as crianças compreendam que o uso de tablets e smartphones é apenas uma das alternativas de lazer que elas possuem ao longo do dia. Para auxiliar nessa compreensão, os pais devem dedicar atenção aos filhos, incentivá-los a brincar e criar alternativas de passatempo.


Apesar dos perigos, o uso da tecnologia pelas crianças não é de todo mal, e a internet só se torna vilã se não houver o acompanhamento e controle de tempo adequado. Quando utilizada com prudência, o mundo digital dispõe de diversos benefícios, como tornar-se uma ferramenta de apoio escolar e melhorar os resultados acadêmicos, estimular a produção de conteúdo, além de proporcionar o preparo para o futuro.